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Sarkozy afirma que venda de armas à Líbia é negociada há 18 meses
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da France Presse
da Folha Online
O contrato de venda de armas entre o grupo aeronáutico e de defesa europeu Eads e a Líbia era negociado há 18 meses, muito antes da libertação das enfermeiras e do médico búlgaros, declarou neste domingo o presidente francês Nicolas Sarkozy. A mídia e a oposição francesa especulam que a libertação do grupo búlgaro foi conseguida em troca dos acordos de vendas de armas por parte da França.
Para Sarkozy, que está de férias em Wolfeboro (New Hampshire), Estados Unidos, "neste contrato, que era discutido há 18 meses, a transparência foi total". "A Eads discutia todas as autorizações necessárias há 18 meses", destacou o presidente francês. "Não existe mais embargo à Líbia, nem tácito nem implícito."
A França autorizou dois contratos de armamentos da Líbia com a MBDA (uma das líderes mundiais de sistemas de armas guiadas e filial da Eads). Um dos contratos se refere à compra de mísseis Milan. A EADS na França possui uma participação de 15% do governo francês.
Búlgaros
Na última quarta-feira (1º), Seif al Islam, filho do presidente da Líbia, anunciou a compra de armas e a mídia francesa passou a enfocar a história. Se finalizada a operação, serão os primeiros contratos de armamento do país do norte da África com europeus desde o embargo estabelecido em 2004 em relação a venda de produtos bélicos à Líbia --o qual Sarkozy afirmou estar extinto.
Na semana anterior, esforços diplomáticos liderados pela França conseguiram a transferência para a Bulgária de cinco enfermeiras búlgaras e um médico palestino de nacionalidade búlgara condenados à prisão perpétua na Líbia.
Os seis voluntários foram condenados à morte em duas ocasiões por supostamente contaminar crianças com o vírus HIV, antes de receber a pena de prisão perpétua na Líbia. Eles ficaram no país oito anos e negam as acusações. Ao voltar para a Bulgária, foram perdoados pelo presidente do país, Georgi Parvanov.
Sarkozy negou que os acordos de venda de armas estejam associados ao esforço diplomático relativo à situação dos condenados.
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