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23/10/2001 - 04h40

Londres pede apoio a futuro regime no Afeganistão

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da Folha de S.Paulo, em Londres

O chanceler britânico, Jack Straw, fez ontem um chamado à comunidade internacional para que assuma um compromisso de longo prazo para a reconstrução do Afeganistão após a esperada queda do Taleban. Em sua visão, a ONU deve ter um papel central no futuro do país.

Straw disse que a coalizão internacional contra o terrorismo precisa chegar a um acordo sobre o futuro político do Afeganistão antes que a atual campanha militar seja concluída. Segundo ele, é preciso evitar um vácuo de poder.

"Precisamos identificar uma série de projetos capazes de aliviar o sofrimento, nos primeiros cem dias, para dar credibilidade e legitimidade ao regime interino", declarou Straw, em discurso no Instituto Internacional para Estudos Estratégico, em Londres. Ele viaja nesta semana a Washington para discutir com o secretário de Estado, Colin Powell, os próximos passos diplomáticos e militares.

A grande lição a ser aprendida no caso afegão, segundo Straw, é que a comunidade internacional deve trabalhar para evitar que Estados fiquem tão fragilizados a ponto de servir como refúgio para organizações terroristas.

Em princípio, a estratégia divulgada pelo governo britânico não deve causar grandes controvérsias. Mas sua defesa de democracia para os afegãos promete ser uma missão complicada.

Os EUA e seus aliados tentam articular uma ampla coalizão capaz de colocar lado a lado num mesmo governo facções rivais afegãs. A Aliança do Norte, principal grupo armado a combater o Taleban, assume um papel ambíguo nos planos aliados.

Composta basicamente por etnias minoritárias -tadjiques, uzbeques, hazaras- , ela pode ajudar americanos e britânicos a tomar Cabul e derrubar o Taleban. Entretanto, um governo dominado pela aliança teria problemas em manter o controle sobre os cidadãos de etnia pashtu, majoritária e a mesma dos líderes do Taleban. E poderia abalar o apoio do Paquistão às políticas dos EUA.

O Paquistão, cujo governo ajudou a criar o Taleban, teme a chegada da Aliança do Norte ao poder no país vizinho. Nos últimos dias, as autoridades em Islamabad vêm tentando fortalecer grupos pashtu no exílio -e até mesmo elementos mais "moderados" do Taleban- para que assumam papéis de liderança em um futuro governo. Nas discussões diplomáticas sobre a era pós-Taleban, das quais tomam parte principalmente os governos de EUA, Reino Unido, Rússia e Paquistão, fala-se também da possibilidade do ex-rei afegão, Zahir Shah, 86, voltar de um longo exílio na Itália (desde 1973) para presidir um grande conselho que determinaria o futuro político do país.


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