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12/09/2007 - 10h18

Renúncia de premiê surpreende políticos japoneses

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da Efe, em Tóquio

A repentina renúncia do premiê do Japão, Shinzo Abe, surpreendeu nesta quarta-feira a classe política japonesa, inclusive seus próprios correligionários do Partido Liberal-Democrata (PLD), segundo a agência Kyodo.

Os líderes do Partido Democrático do Japão (PD), o maior da oposição, criticaram a decisão. Eles consideraram uma falta de responsabilidade a renúncia do primeiro-ministro logo depois de participar da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec).

O ministro porta-voz, Kaoru Yosano, sugeriu em uma entrevista posterior ao anúncio, que uma das razões seria o estado de saúde de Abe. Porém, o premiê não mencionou nenhum problemas desse tipo.

Há apenas dois dias, Abe foi à Dieta, o Parlamento japonês, e pronunciou um discurso no qual apresentou suas próximas intenções durante o mandato. Ele apostou todo o seu capital político na manutenção do apoio japonês aos Estados Unidos em sua guerra contra o terrorismo, com as operações no Oceano Índico.

O chefe do comitê parlamentar do PLD, Tadamori Oshima, "lamentou" a renúncia de Abe. Ele acrescentou que tentou convencer o premiê a mudar de idéia, mas ele respondeu que não voltaria atrás.

O ministro da Justiça, Kunio Hatoyama, disse que a renúncia de Abe é "mais do que surpreendente". Ele acredita que "algo extraordinário" aconteceu.

Um correligionário de Abe chegou a afirmar que a renúncia era "ridícula" e que não pode entender o motivo da decisão neste momento.

Há seis semanas, Abe rejeitou pressões de diversos parlamentares, inclusive da bancada de seu próprio partido, para que renunciasse, em conseqüência da severa derrota sofrida pelo PLD nas eleições de julho para o Senado.

O presidente do PD, Ichiro Ozawa, afirmou que durante sua carreira política "nunca" viu um primeiro-ministro renunciar logo após um discurso político na Dieta. O secretário-geral partido, Yukio Hatoyama, disse que Abe deveria ter saído "imediatamente depois" da derrota nas eleições. Na sua opinião, deixar o cargo na volta de seus compromissos internacionais é um "insulto" aos líderes de outras nações.

Surpresa

Outro membro da cúpula do PD viu a renúncia como um caso "extremamente incomum", que atribuiu a problemas como "assuntos de saúde".

Um ex-ministro disse à agência Kyodo que a saída é um reflexo da "imaturidade" de Abe, de 52 anos, por causa de sua "juventude". O líder do Novo Partido dos Cidadãos, Hisaoki Kamei, considerou "incrível" a renúncia logo após o discurso de intenções políticas na Dieta.

O líder de Partido Comunista do Japão, Kazuo Shii, chamou de "irresponsável" a decisão de derrubar um governo no atual momento político.

Os líderes empresariais do Japão mostraram a sua preocupação com o vácuo político. O presidente da Federação de Negócios do Japão (FNJ), Fujio Mitarai, afirmou estar "muito surpreso pela repentina renúncia" do primeiro-ministro.

Para ele, não se pode tolerar um vazio de poder em um momento em que o país enfrenta "uma montanha" de assuntos importantes.

Do mesmo modo, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria, Nobuo Yamaguchi, pediu a imediata formação de um novo gabinete.

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