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Secretário-geral da ONU diz que violência prejudica paz em Darfur
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da Efe, em Nova York
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, afirmou nesta segunda-feira que o aumento da violência em Darfur pode colocar em perigo as próximas negociações de paz entre o governo sudanês e os grupos rebeldes.
A porta-voz da ONU Michèle Montas disse que o secretário-geral está alarmado, porque eclodiram novos confrontos apesar do compromisso de cessar hostilidades, assinado pelo governo sudanês com Ban, em 6 de setembro, durante sua visita a Cartum.
"O momento em que eclode esta violência é particularmente problemático porque pode criar condições que não são propícias para conseguir o êxito nas próximas negociações políticas, que devem começar no dia 27 de outubro na Líbia", afirmou.
Os conflitos a que se referiu Michèle Montás ocorreram em 10 e 11 de setembro, na localidade de Hashkanita, no norte de Darfur, onde inúmeros civis morreram em bombardeios de helicóptero e em confrontos terrestres.
A porta-voz de Ban disse que os episódios e os ocorridos no sul de Darfur no mês passado colocam em perigo o processo de paz patrocinado pela ONU e pela União Africana (UA).
Os novos conflitos entre tropas governamentais e grupos rebeldes obscureceram as recentes conquistas dos mediadores internacionais no sentido de pôr fim ao conflito que começou em 2003.
No início deste mês, o secretário-geral visitou o Sudão e firmou um compromisso para que as conversas de paz sobre Darfur comecem em outubro na Líbia.
Durante sua visita, Ban conseguiu compromissos e garantias do presidente do Sudão, Omar Hassan Ahmad al Bashir, de que facilitará o trabalho da missão conjunta de pacificação da ONU e da UA, com início previsto para os próximos meses na região.
A posição de Bashir significou uma importante reviravolta em relação à hesitação inicial de seu governo quanto ao posicionamento da missão pacificadora. O dirigente sudanês considerava a medida uma intromissão estrangeira em assuntos internos.
O conflito de Darfur começou em janeiro de 2003, quando dois grupos rebeldes, o Movimento de Libertação do Sudão (MLS) e o Movimento Justiça e Igualdade (MJI), levantaram-se contra as milícias Janjaweed, apoiadas pelo governo.
Desde então, mais de 200 mil pessoas morreram e mais de dois milhões foram obrigadas a deixar suas casas.
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