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06/11/2001
-
16h03
da Deutsche Welle, em Berlim
A Alemanha está diante de uma decisão histórica. Pela primeira vez depois da Segunda Guerra Mundial, encerrada há 56 anos com a derrota da Alemanha nazista pelos aliados, o governo quer alistar soldados para uma ação militar.
Os Estados Unidos pediram 3.900 para a campanha militar no Afeganistão e o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, se dispôs a colocar até 4.000 à disposição. Schröder foi o primeiro aliado na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que ofereceu ajuda irrestrita para a luta antiterror após os atentados em Nova York e Washington, em 11 de setembro.
Schröder recebeu agora, finalmente, o pedido de ajuda militar que parecia aguardar com grande ansiedade, como uma chance para retribuir na prática a solidariedade dos EUA após a debacle, quando a Alemanha estava reduzida a escombros e os alemães padeciam fome e frio.
O envio de soldados alemães à guerra, embora Schröder tenha garantido que eles não participarão diretamente dos bombardeios nem das tropas em solo afegão, dividiu os alemães. A emissora de televisão RTL consultou 17 mil alemães e 74% se declararam contra o envio de tropas. Só 24% disseram ser a favor. Mesmo no Partido Social Democrático (SPD), do qual é presidente, o chefe de governo enfrentará resistência para conseguir a aprovação no Parlamento do alistamento dos 3.900 soldados solicitados pela Casa Branca.
O líder do SPD, Peter Struck, apóia os planos militares do chanceler federal e prometeu lutar por sua aprovação no Parlamento. Mas o vice-líder, Gernort Erler, exigiu mais esclarecimentos do governo. Schröder ainda não esclareceu detalhes sobre o início, a duração ou lugares de uma ação militar alemã, que o seu gabinete deverá aprovar amanhã e submeter ao Parlamento para debate e a aprovação necessária.
Resistência
O Partido Verde, parceiro na coalizão de governo, encontra-se diante de uma decisão difícil, conforme admitiu o seu líder. Rezzo Schlauch reunirá amanhã a bancada do partido oriundo do movimento pacifista para discutir os planos militares. Vários deputados verdes já se pronunciaram contra o alistamento de soldados alemães.
A presidenta do partido, Claudia Roth, foi a primeira que exigiu uma suspensão dos bombardeios para possibilitar envio de ajuda humanitária aos milhões de afegãos famintos antes de iniciar o rigoroso inverno na região. O Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Comunista da antiga Alemanha Oriental, rejeitou totalmente um envio de tropas alemãs.
Apoio
A União Democrata-Cristã (CDU), ao contrário, quer se engajar fortemente nos planos oficiais para uma ação militar alemã no Afeganistão. A União Social-Cristã (CSU) anunciou a mesma posição. Seu líder e governador da Baviera, Edmundo Stoiber, quer apenas conhecer mais detalhes.
O presidente do Partido Liberal (FDP), Guido Westerwelle, também já prometeu cobertura ao governo no alistamentos dos soldados.
Schröder e os ministros do Exterior, Joschka Fischer, (Partido Verde), e da Defesa, Rudolf Scharping (SPD), podem enfrentar agora situação semelhante à do envio de soldados para desarmar rebeldes albaneses na Macedônia. A coalizão de social-democratas e verdes negou a maioria de votos necessária e a missão militar foi possível por causa dos votos da oposição conservadora.
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Na Alemanha, 74% são contra participação na guerra dos EUA
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A Alemanha está diante de uma decisão histórica. Pela primeira vez depois da Segunda Guerra Mundial, encerrada há 56 anos com a derrota da Alemanha nazista pelos aliados, o governo quer alistar soldados para uma ação militar.
Reuters - 16.fev.2000> |
Gerard Schröder, primeiro-ministro da Alemanha |
Schröder recebeu agora, finalmente, o pedido de ajuda militar que parecia aguardar com grande ansiedade, como uma chance para retribuir na prática a solidariedade dos EUA após a debacle, quando a Alemanha estava reduzida a escombros e os alemães padeciam fome e frio.
O envio de soldados alemães à guerra, embora Schröder tenha garantido que eles não participarão diretamente dos bombardeios nem das tropas em solo afegão, dividiu os alemães. A emissora de televisão RTL consultou 17 mil alemães e 74% se declararam contra o envio de tropas. Só 24% disseram ser a favor. Mesmo no Partido Social Democrático (SPD), do qual é presidente, o chefe de governo enfrentará resistência para conseguir a aprovação no Parlamento do alistamento dos 3.900 soldados solicitados pela Casa Branca.
O líder do SPD, Peter Struck, apóia os planos militares do chanceler federal e prometeu lutar por sua aprovação no Parlamento. Mas o vice-líder, Gernort Erler, exigiu mais esclarecimentos do governo. Schröder ainda não esclareceu detalhes sobre o início, a duração ou lugares de uma ação militar alemã, que o seu gabinete deverá aprovar amanhã e submeter ao Parlamento para debate e a aprovação necessária.
Resistência
O Partido Verde, parceiro na coalizão de governo, encontra-se diante de uma decisão difícil, conforme admitiu o seu líder. Rezzo Schlauch reunirá amanhã a bancada do partido oriundo do movimento pacifista para discutir os planos militares. Vários deputados verdes já se pronunciaram contra o alistamento de soldados alemães.
A presidenta do partido, Claudia Roth, foi a primeira que exigiu uma suspensão dos bombardeios para possibilitar envio de ajuda humanitária aos milhões de afegãos famintos antes de iniciar o rigoroso inverno na região. O Partido do Socialismo Democrático (PDS), sucessor do Partido Comunista da antiga Alemanha Oriental, rejeitou totalmente um envio de tropas alemãs.
Apoio
A União Democrata-Cristã (CDU), ao contrário, quer se engajar fortemente nos planos oficiais para uma ação militar alemã no Afeganistão. A União Social-Cristã (CSU) anunciou a mesma posição. Seu líder e governador da Baviera, Edmundo Stoiber, quer apenas conhecer mais detalhes.
O presidente do Partido Liberal (FDP), Guido Westerwelle, também já prometeu cobertura ao governo no alistamentos dos soldados.
Schröder e os ministros do Exterior, Joschka Fischer, (Partido Verde), e da Defesa, Rudolf Scharping (SPD), podem enfrentar agora situação semelhante à do envio de soldados para desarmar rebeldes albaneses na Macedônia. A coalizão de social-democratas e verdes negou a maioria de votos necessária e a missão militar foi possível por causa dos votos da oposição conservadora.
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