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19/09/2007 - 13h02

Camboja prende maior líder vivo do Khmer Vermelho

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da Folha Online

Nuon Chea, o maior líder vivo do Khmer Vermelho --regime liderado por Pol Pot (morto em 1998), que esteve no poder no Camboja entre 1975 e 1979-- foi preso nesta quarta-feira por crimes contra a humanidades e crimes de guerra. O regime é acusado da morte de mais de 1,7 milhão de pessoas devido à tortura, assassinatos, doenças e fome.

Agentes buscaram Nuon em sua casa em Pailin, no noroeste do Camboja, nas proximidades da fronteira com a Tailândia, e o levaram para a capital do país, Phnom Penh, onde ele fica à disposição de um tribunal apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU), a Câmara Extraordinária das Cortes do Camboja.

O tribunal investiga abusos cometidos no período do Khmer Rouge, um movimento de inspiração comunista.

Um comunicado emitido pelo tribunal informa que Nuon Chea está em prisão provisória. Nuon nega as acusações e seu transporte foi realizado hoje em carro e helicóptero.

"Meu pai está feliz em esclarecer ao mundo sobre o regime do Khmer Vermelho", disse Nuon Say, filho do antigo alto membro do regime. Ele também disse que sua mãe desmaiou ao ver o marido ser levado pela polícia.

"Agora chegou o momento de ele dividir sua versão da história do Khmer Vermelho", disse Youk Chhang, diretor do Centro de Documentação do Camboja, um grupo independente que pesquisa crimes supostamente cometidos pelo regime de Pol Pot.

"Muitas pessoas morreram. Os fatos estão em todo lugar. Há muitas covas coletivas, prisões, documentos, fotografias, que podem mostrar o que ele realizou naquela época", afirmou Youk Chhang.

Nuon Chea se integrou ao Khmer Vermelho na década de 50, nas fileiras de formação do que era o partido comunista do país, e acabou por se tornar um dos ideólogos políticos da instituição.

Ele é o detido que obteve a mais alta posição no movimento, pois foi o segundo homem do Khmer Vermelho, ficando atrás apenas de Pol Pot na liderança.

Um outro alto oficial do regime, Kaing Guek Eav, foi detido pelo tribunal por crimes contra a humanidade. Kaing controlou a prisão S-21 do regime.

Outros suspeitos não tiveram seus nomes revelados, mas acredita-se que sejam o ex-presidente Khieu Samphan e o ex-primeiro-ministro Ieng Sary.

O tribunal foi criado apenas no ano passado, após sete anos de negociações entre a ONU e o Camboja. Com um orçamento de US$ 56,3 milhões (mais de R$ 105 milhões) o tribunal recebeu financiamento para três anos de julgamentos, que devem começar no início de 2008, após diversos prolongamentos de prazo.

Com Reuters e Associated Press

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