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08/11/2001
-
05h25
da Folha de S.Paulo
O Tesouro dos EUA rastreia fundos de Osama bin Laden nas redes de uma das mais antigas, tradicionais e astutas formas de transferir dinheiro do Oriente Médio e do sul da Ásia.
Palavra de origem hindi que significa confiança, segundo o jornal parisiense "Le Monde", a hawala é suspeita de estar no coração de um sistema de financiamento de atividades terroristas. Sua rede, empregada por gente comum como trabalhadores emigrados, pode ter sido utilizada pelos autores dos atentados de 11 de setembro.
Com grande popularidade, credibilidade e tradição, o sistema movimenta somas diversas por meio de um aperto de mãos, um pedaço de papel e fiabilidade.
O "Le Monde" dá um exemplo de como extremistas poderiam usar o esquema: um terrorista vai a um agente de câmbio em Nova Déli e lhe entrega suas rúpias. Em troca, recebe um pedaço de papel com uma simples cifra. O funcionário da casa de câmbio indiana entra em contato, via e-mail, com um operador em Londres.
Mais tarde, na capital britânica, o terrorista -ou um cúmplice- se apresenta ao guichê da casa associada, onde, após a conferência do código no pedaço de papel em sua posse, recebe o valor correspondente em libras.
Nenhuma transferência comprometedora de fundo é realizada na operação. Os dois agentes de câmbio, ligados por laços familiares ou tribais, não fazem perguntas aos clientes e saldam as contas entre si no fim do mês ou do semestre. As comissões da operação são altas, e um eventual calote é pago com a morte.
O mercado da hawala é bem popular nos Emirados Árabes Unidos, em Bahrein e no Kuait, mas não é disseminado na terra natal de Bin Laden, a Arábia Saudita.
Seu uso no Paquistão é um dos maiores, especialmente para as transferências feitas a partir de operários emigrados. Calcula-se que, dos US$ 6 bilhões remetidos para o Paquistão todos os anos, só US$ 1 bilhão seguem pela vias bancárias oficiais.
O sistema está consolidado, por exemplo, na cidade paquistanesa de Peshawar, perto da passagem para o Afeganistão.
Com agências internacionais
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Rede financeira de terrorismo se baseia na confiança
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O Tesouro dos EUA rastreia fundos de Osama bin Laden nas redes de uma das mais antigas, tradicionais e astutas formas de transferir dinheiro do Oriente Médio e do sul da Ásia.
Palavra de origem hindi que significa confiança, segundo o jornal parisiense "Le Monde", a hawala é suspeita de estar no coração de um sistema de financiamento de atividades terroristas. Sua rede, empregada por gente comum como trabalhadores emigrados, pode ter sido utilizada pelos autores dos atentados de 11 de setembro.
Com grande popularidade, credibilidade e tradição, o sistema movimenta somas diversas por meio de um aperto de mãos, um pedaço de papel e fiabilidade.
O "Le Monde" dá um exemplo de como extremistas poderiam usar o esquema: um terrorista vai a um agente de câmbio em Nova Déli e lhe entrega suas rúpias. Em troca, recebe um pedaço de papel com uma simples cifra. O funcionário da casa de câmbio indiana entra em contato, via e-mail, com um operador em Londres.
Mais tarde, na capital britânica, o terrorista -ou um cúmplice- se apresenta ao guichê da casa associada, onde, após a conferência do código no pedaço de papel em sua posse, recebe o valor correspondente em libras.
Nenhuma transferência comprometedora de fundo é realizada na operação. Os dois agentes de câmbio, ligados por laços familiares ou tribais, não fazem perguntas aos clientes e saldam as contas entre si no fim do mês ou do semestre. As comissões da operação são altas, e um eventual calote é pago com a morte.
O mercado da hawala é bem popular nos Emirados Árabes Unidos, em Bahrein e no Kuait, mas não é disseminado na terra natal de Bin Laden, a Arábia Saudita.
Seu uso no Paquistão é um dos maiores, especialmente para as transferências feitas a partir de operários emigrados. Calcula-se que, dos US$ 6 bilhões remetidos para o Paquistão todos os anos, só US$ 1 bilhão seguem pela vias bancárias oficiais.
O sistema está consolidado, por exemplo, na cidade paquistanesa de Peshawar, perto da passagem para o Afeganistão.
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