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09/11/2001
-
01h40
IGOR GIELOW
enviado especial a Islamabad
A ONU (Organização das Nações Unidas) confirmou ontem que a criação de uma força de intervenção internacional no Afeganistão está sendo estudada pelo enviado da entidade à região, o argelino Lakhard Brahimi.
"Essa é uma possibilidade que deverá estar no relato que Brahimi está preparando para entrega na semana que vem ao secretário-geral Kofi Annan. Seria algo na linha do que foi feito em Kosovo", afirmou à Folha o porta-voz da ONU em Islamabad, Hamid Abdeljaber.
Ele se refere à força da Otan, aliança militar ocidental, colocada na Província sérvia que foi alvo de bombardeios em 1999 para conter o governo de Slobodan Milosevic. Até hoje a região é um protetorado da ONU, e 50 mil homens da Otan garantem a segurança local.
De todo modo, Abdeljaber descartou a possibilidade de o Afeganistão vir a ser dividido em linhas étnicas, como foi veiculado ontem na imprensa paquistanesa.
Ressaltando que falava em hipótese, ele concordou com a teoria de que Brahimi trabalha pensando no esquema que usou para, em 1989, costurar o acordo de Taifa _que pôs fim a 15 anos de guerra civil no Líbano ao dividir o poder entre as facções rivais.
Mas isso enfrenta oposição de vários países com interesses na região, como Rússia e Irã, que descartam a presença de membros do taleban num eventual governo pós-ataques. Só que os talebans hoje têm o apoio de boa parte do Afeganistão, algo que não é mensurável de forma científica, mas é dado como fato político certo.
O Paquistão, que quer talebans em um novo governo, negou ontem que os EUA tenham requisitado tropas para uma eventual operação terrestre _tanto militar como de manutenção de paz.
Brahimi esteve reunido, após passar pelo Paquistão e pelo Irã, em Roma com o ex-rei afegão Mohammad Zahir Shah, deposto em 1973. Shah, 86, é visto pelos ocidentais como um eventual elo de ligação entre diversas tribos do Afeganistão em um eventual governo pós-Taleban.
Abdeljaber não soube dizer se houve avanços nas negociações dos enviados do ex-rei a tribos do sul afegão, que poderiam se dispor a trair o Taleban, a quem se renderam sem muita luta quando a milícia ascendeu ao poder, entre 1994 e 96.
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ONU confirma estudar intervenção no Afeganistão
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enviado especial a Islamabad
A ONU (Organização das Nações Unidas) confirmou ontem que a criação de uma força de intervenção internacional no Afeganistão está sendo estudada pelo enviado da entidade à região, o argelino Lakhard Brahimi.
"Essa é uma possibilidade que deverá estar no relato que Brahimi está preparando para entrega na semana que vem ao secretário-geral Kofi Annan. Seria algo na linha do que foi feito em Kosovo", afirmou à Folha o porta-voz da ONU em Islamabad, Hamid Abdeljaber.
Ele se refere à força da Otan, aliança militar ocidental, colocada na Província sérvia que foi alvo de bombardeios em 1999 para conter o governo de Slobodan Milosevic. Até hoje a região é um protetorado da ONU, e 50 mil homens da Otan garantem a segurança local.
De todo modo, Abdeljaber descartou a possibilidade de o Afeganistão vir a ser dividido em linhas étnicas, como foi veiculado ontem na imprensa paquistanesa.
Ressaltando que falava em hipótese, ele concordou com a teoria de que Brahimi trabalha pensando no esquema que usou para, em 1989, costurar o acordo de Taifa _que pôs fim a 15 anos de guerra civil no Líbano ao dividir o poder entre as facções rivais.
Mas isso enfrenta oposição de vários países com interesses na região, como Rússia e Irã, que descartam a presença de membros do taleban num eventual governo pós-ataques. Só que os talebans hoje têm o apoio de boa parte do Afeganistão, algo que não é mensurável de forma científica, mas é dado como fato político certo.
O Paquistão, que quer talebans em um novo governo, negou ontem que os EUA tenham requisitado tropas para uma eventual operação terrestre _tanto militar como de manutenção de paz.
Brahimi esteve reunido, após passar pelo Paquistão e pelo Irã, em Roma com o ex-rei afegão Mohammad Zahir Shah, deposto em 1973. Shah, 86, é visto pelos ocidentais como um eventual elo de ligação entre diversas tribos do Afeganistão em um eventual governo pós-Taleban.
Abdeljaber não soube dizer se houve avanços nas negociações dos enviados do ex-rei a tribos do sul afegão, que poderiam se dispor a trair o Taleban, a quem se renderam sem muita luta quando a milícia ascendeu ao poder, entre 1994 e 96.
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