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11/11/2001 - 19h17

Bin Laden confessa atentado do dia 11 em vídeo, diz jornal

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do "El País"

O jornal britânico "The Sunday Telegraph" afirmou na sua edição de hoje que obteve um vídeo no qual Osama bin Laden reconhece estar na raiz dos atentados cometidos em 11 de setembro contra Nova York e o Pentágono. Segundo a publicação, o terrorista saudita afirmou: "Sim, matamos os civis deles".

O diário relata que o vídeo foi gravado nas montanhas do Afeganistão, no fim de outubro, e tinha como possíveis destinatários os membros da rede terrorista Al Qaeda em todo o mundo.

A reportagem informa ainda que a fita, conseguida pelo jornal no Oriente Médio, integra o conjunto de provas que permitiram os Estados Unidos e o Reino Unido acusar Bin Laden de ter dirigido os atentados contra os EUA _na semana passada, Londres anunciou que apresentaria provas contra o saudita, entre as quais estariam vídeos.

Na gravação, Bin Laden assegura que "as torres gêmeas eram alvos legítimos, já que sustentavam o poder econômico americano". "Não se destruíram somente as torres. Mas também os pilares da moral nesse país."

O jornal afirma que Bin Laden reconhece estar por trás dos atentados ao adotar verbos na primeira pessoa: "Se vingar a morte de nossa gente é terrorismo, a história se lembrará de nós como terroristas. Sim, matamos os civis deles, e isso é legal, tanto do ponto de vista da religião quanto da lógica. Há dois tipos de terrorismo: um bom e um mal. O que praticamos foi o bom. Não deixaremos de matá-los, assim como mataremos aqueles que os apóiam."

Bin Laden tenta explicar, segundo o "Telegraph", por que não considera inocentes as vítimas do ataque ao World Trade Center. "Era de esperar que as torres estivessem cheias de gente que apóia o poder econômico americano, que abusa do mundo. Esses que falam de civis deveriam reconsiderar sua posição. Nós os tratamos como eles nos trataram."

A publicação britânica afirma que Bin Laden acusa o presidente George W. Bush (EUA) e o premiê Tony Blair (Reino Unido) de "entenderem somente o poder da força" e ameaça todo país que eventualmente entre na ofensiva.

Bin Laden aproveita também a gravação para lançar uma mensagem a todos os muçulmanos. "Lutar é o dever de todo muçulmano", teria afirmado. "Matar judeus é a primeira prioridade."

Antraz e armas nucleares

Nas declarações aos meios de comunicação, o saudita nunca contesta nem confirma as acusações sobre o 11 de setembro.

Contudo, em entrevista feita na quarta-feira e publicada hoje, dada a seu biógrafo, o jornalista paquistanês Hamid Mir, Bin Laden negou ter orquestrado os ataques com antraz.

Segundo reportagem anterior de Mir, o saudita afirmou que possui armas nucleares e químicas e que as usará contra os EUA se esse tipo de armamento for empregado contra o Taleban.
Autoridades americanas e britânicas descartaram, entretanto, uma ameaça nuclear por parte de Bin Laden.

O secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, classificou as declarações do saudita como "selvagem fanfarronice" e declarou que os EUA não têm intenção de pôr suas ogivas em ação. Ele disse, porém, ignorar se Bin Laden possui armas químicas ou biológicas.

Segundo Donald Rumsfeld, o secretário da Defesa, é improvável que o terrorista tenha capacidade para uma ação nuclear. A posse de agentes químicos ou biológicos, porém, era possível.
Rumsfeld informou ainda que os EUA bombardearam locais no Afeganistão suspeitos de fabricação de armas químicas, radiativas ou biológicas.

O ministro da Defesa britânico, Geoff Hoon, afirmou que, embora Bin Laden possua "substâncias" para fabricar armas nucleares, "ele não é capaz de fabricar uma bomba".

Com agências internacionais

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