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29/09/2007 - 16h36

Atentado suicida deixa mais de 30 mortos no Afeganistão

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da France Presse, em Cabul

Pelo menos 31 pessoas, a maioria delas militares, foram mortas neste sábado em Cabul num atentado suicida contra um carro de soldados afegãos --um dos ataques do gênero mais graves cometidos por membros do Taleban, que logo em seguida assumiram a autoria do ato.

Nesse mesmo dia, foram libertados quatro funcionários do Comitê Internacional da Cruz Vermelha que estavam seqüestrados há quatro dias pelo Taleban.

"Ao amanhecer, um homem com uniforme do exército se aproximou de um carro de soldados que parou para pegar outros militares para ir ao trabalho no ministério da Defesa", indicou o porta-voz do ministério, o general Zahir Azimi.

"Ele se misturou aos soldados que estavam entrando no carro e acionou os explosivos que carregava", acrescentou.

O ataque aconteceu num bairro residencial do noroeste da capital. A televisão mostrou salva-vidas tirando os corpos uniformizados do carro.

No fim da manhã, o saldo era de pelo menos 31 mortos, a grande maioria militar, declarou o ministro da Saúde, Sayed Mohammad Amin Fatemi.

De acordo com o ministério da Defesa, pelo menos 27 militares morreram e 29 pessoas foram feridas, entre elas alguns civis.

Segundo o ministério da Saúde, com base nas informações do hospital para onde a maioria das vítimas foi levada, 17 feridos estão em estado grave.

Este é um dos dois atentados mais sangrentos cometidos na capital afegã, após o que matou entre 24 e 35 recrutas da política, também num carro, em 17 de junho.

O porta-voz do Taleban, Zabihullah Muhajeed, assumiu o atentado, dizendo que esta foi uma das "operações" que os rebeldes haviam prometido realizar durante o Ramadã.

O presidente afegão, Hamid Karzaï, condenou este ataque "contra a Humanidade e sem dúvida alguma contra o Islã" e lançou um apelo a uma luta internacional "mais vigorosa" contra o terrorismo, em entrevista à imprensa em Cabul.

"Da Argélia à Indonésia, EUA ao Japão, devemos estar unidos e determinados na guerra contra o terrorismo", declarou, referindo-se aos ataques cometidos em todo o mundo.

Mesmo em meio a esse clima de violência, o presidente afegão propôs novamente, mas de forma mais direta, o início de negociações de paz com o chefe supremo do Taleban, o mulá Omar, e o chefe da formação fundamentalista islâmica Hezbi-e-Islami, Gulbuddin Hekmatyar.

No entanto, Karzai negou categoricamente a retirada dos 50 mil soldados das forças internacionais presentes no país --uma condição prévia para qualquer negociação imposta por Hekmatyar e Omar, os dois afegãos mais procurados pelos Estados Unidos desde o 11 de Setembro.

Por outro lado, os quatro membros do Comitê Internacional da Cruz Vermelha seqüestrados há quatro dias no centro do Afeganistão foram libertados neste sábado, informou Abdul Udood Pashtunzar, porta-voz do governo da província de Wardak (centro).

Pouco depois, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha confirmou a libertação dos funcionário (um birmanês, um macedônio e dois afegãos) seqüestrados há quatro dias no centro do Afeganistão.

"A libertação, sem condições, de nossos quatro companheiros, é um grande alívio para nós e para suas famílias", declarou em um comunicado o delegado chefe da organização em Cabul, Franz Rauchenstein.

Por fim, o contingente internacional anunciou a morte de dois de seus soldados, um deles em combate, o que eleva para 177 o número de militares estrangeiros mortos no país no correr deste ano.

Somente este ano no Afeganistão, mais de 100 atentados suicidas foram registrados pela ONU, sem contar os ataques quase diários dos talibãs no país.

O último atentado registrado em Cabul, antes do deste sábado, matou um soldado francês da Isaf (Força Internacional de Assistência à Segurança, na sigla em inglês) da Otan e feriu vários civis, em 21 de setembro.

A capital se tornou alvo regular dos membros do Taleban, que mataram também três oficiais de polícia da embaixada da Alemanha numa explosão de uma bomba teleguiada contra um comboio, em 15 de agosto.

Tirados do poder no fim de 2001, pela coalizão internacional liderada por Washington, os islamitas pretendem reassumir o governo de Karzai, apoiado por 50 mil soldados estrangeiros.

A rebelião, dirigida em princípio contra as instituições do Estado e os soldados estrangeiros, matou milhares de pessoas, das quais 5 mil este ano. São sobretudo combatentes, mas também há civis.

Entre os militares estrangeiros, o balanço é de 175 mortos este ano, contra 190 em 2006, a maioria morta em combate.

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