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29/09/2007 - 17h15

Equador escolhe membros da Constituinte neste domingo

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da Efe, em Quito

O presidente equatoriano, Rafael Correa, leva amanhã às urnas a possibilidade de controlar a Assembléia Constituinte, projeto que impulsionou como um dos eixos centrais de seu mandato.

As autoridades terminavam neste sábado os preparativos para que os 9,3 milhões de eleitores equatorianos possam escolher amanhã os 130 representantes que integrarão a Constituinte, organismo com o qual Correa quer intensificar a "revolução cidadã" em seu país.

O governante equatoriano --um economista de esquerda que ganhou a Presidência nas eleições de novembro do ano passado-- irá encarar amanhã seu terceiro desafio nas urnas, após obter uma vitória arrasadora no plebiscito de 15 de abril deste ano, quando 83% dos eleitores aprovaram a Constituinte.

Mais de 3.200 candidatos se inscreveram para disputar as 130 cadeiras da Assembléia em um pleito que será vigiado por observadores da UE (União Européia), da OEA (Organização dos Estados Americanos) e do Centro Carter --organização criada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter--, assim como por várias organizações nacionais.

Apesar das dúvidas quanto ao "complexo" sistema de votações, que permite aos equatorianos escolher os membros da Assembléia por meio de uma lista de postulantes ou entre vários listados inscritos, observadores e especialistas não prevêem dificuldades maiores.

Os observadores também estão preocupados com a capacitação dos membros das juntas de recepção de votos --embora não vejam a possibilidade, por enquanto, de uma possível fraude, como temem alguns grupos políticos.

O eurodeputado português José Ribeiro e Castro, que dirige a missão de observação eleitoral da UE, disse que uma das dificuldades observadas no processo eleitoral do Equador é a demora na capacitação dos membros das juntas de recepção de votos, assim como as várias dúvidas próprias de uma eleição "complexa".

No entanto, descartou a possibilidade de fraude ou de contratempos insolúveis, opinião compartilhada pelo chefe da missão da OEA, o chileno Enrique Correa, que sugeriu insistentemente ao Tribunal Supremo Eleitoral o melhor acesso à informações sobre o pleito para os cidadãos.

O analista Santiago Pérez, do instituto de pesquisas SP-Pesquisa e Estudos, disse neste sábado que a maioria de equatorianos aprendeu sobre o sistema de votação que será aplicado amanhã, já que essa estrutura já foi usada em ocasiões anteriores.

O sistema também não "vai entrar em colapso e não há a certeza de que haja um desastre no processo de apuração" como pensam alguns líderes políticos, acrescentou Pérez, embora tenha garantido que o sistema de representação no Equador deve mudar para facilitar o exercício democrático do voto.

"Temos que chegar a um sistema de voto uninominal e por distritos, para que nossos representantes venham dos lugares onde vivemos e trabalhamos. Com isso, nos sentiríamos legitimamente representados", apontou.

Pérez também disse esperar que o ambiente eleitoral seja "de paz e tranqüilidade" e que os atores e sujeitos políticos "aceitem os resultados políticos", qualquer que seja o resultado final.

"Uma das piores coisas que pode acontecer é os perdedores alegarem uma eventual fraude. Isso não é possível nem factível com a presença de tantos observadores e com o sistema de controle que existe", afirmou Pérez.

Segundo o analista, se o partido de Correa triunfar na Assembléia e conseguir controlá-la, o governo deve tentar "conseguir acordos" com todas as forças políticas; caso perca, os vencedores devem fazer o mesmo.

Embora a divulgação de pesquisas esteja proibida no Equador, Pérez disse que, caso algumas previsões emitidas há um mês se concretizem, os perdedores do domingo podem ser os partidos políticos tradicionais.

"Provavelmente, os resultados eleitorais vão contribuir para modificar por um lado a mentalidade dos líderes dos partidos tradicionais e por outro, a liderança interna do país", disse.

"Tenho a sensação de que os velhos líderes estão julgando a nova realidade do país com velhos paradigmas e não conseguem vislumbrar a magnitude da mudança que está acontecendo no Equador", comentou Pérez.

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