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13/11/2001 - 06h12

Medo de atentado abala nova-iorquinos

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TETÉ RIBEIRO
free-lance para a Folha, em Nova York

Quando tudo parecia estar entrando na normalidade, os nova-iorquinos voltaram a sentir um frio na espinha. Pelo menos essa era a sensação na manhã de ontem em Manhattan.

O advogado George Adams, 43, mora na cidade há 16 anos. Nascido em Oregon, mudou-se "para ver coisas diferentes e viver as grandes emoções que Nova York promete", segundo disse à Folha. "Mas claro que não considerei essas coisas horríveis pelas quais a cidade está passando."

Para ele, esse avião que caiu hoje em Queens foi só um lembrete do que aconteceu dois meses atrás. "Não deve ser um ato terrorista, eles são mais maquiavélicos que isso, não iam derrubar as duas torres e depois jogar um avião sem um alvo nobre."

Mas ele acredita que todos estão muito mais assustados que o normal, com medo de que tenha mais coisa a caminho. "Essa é a maior vitória dos terroristas, nos deixaram apavorados."

Mais assustada, a vendedora Shirley Qian, 28, contou que estava ligando para todos os parentes e amigos que moram em Queens. "No dia 11 de setembro, todos me ligaram, agora é a minha vez de passar por essa angústia", disse.

"Não sei se isso tem a ver com os terroristas e para mim não faz a menor diferença. É uma tragédia e atingiu Nova York, isso é má notícia o suficiente", desabafou.

"Na verdade, torço para ser coisa do Osama Bin Laden, porque pelo menos assim a gente pode pensar em se vingar disso tudo."

Sua colega, a também vendedora Rebecca Herman, 33, disse que, se pudesse, sairia da cidade. "O FBI está dizendo que o acidente não tem nenhuma relação com os terroristas, mas como eu vou acreditar nisso?"
Na Union Square, que logo após os ataques de setembro virou centro de reunião de parentes e amigos das vítimas, os amigos Edward Brown, 34, Gregory Murphy, 37 e Richard Vazquez, 28, discutiam o assunto.

Brown, um professor de música do Brooklyn, disse que não acreditava em um simples acidente. "É difícil admitir que os terroristas estão vencendo essa guerra, mas é a verdade."

Murphy, que trabalha em um escritório de informática, não concorda com o amigo. "Aviões caem de vez em quando. Nova York é que não anda com sorte."

Vazquez, recepcionista em uma academia de ginástica, disse que prefere esperar as investigações. "A única coisa que eu posso afirmar nesse momento é que não entro em um avião tão cedo."


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