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Eleições na Ucrânia apresentam resultado incerto
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da France Presse, em Kiev
A tensão aumenta na Ucrânia, nesta segunda-feira, conforme vão sendo apurados os números das eleições legislativas, que ainda não possuem resultados certos, sobretudo para o presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, 53.
O chefe de Estado pediu a investigação de possíveis fraudes, apesar dos observadores internacionais terem aprovado as eleições.
A coalização formada por Yushchenko e Yulia Timoshenko, sua aliada na Revolução Laranja pró-democracia e pró-ocidente de 2004, detinha até domingo, segundo as pesquisas, uma margem de cinco pontos na liderança das eleições. Entretanto, conforme os votos vão sendo calculados, a vantagem tem caído.
O Partido das Regiões (PR) do primeiro-ministro da Ucrânia, Viktor Yanukovich, encabeça a apuração com 33,17% dos votos, após a contagem de 87% das cédulas. Caso esse número se some com o dos minoritários, pode chegar aos 45,49%. O partido de Yushchenko soma 46,21%.
A atenção, desta maneira, se volta para os socialistas, vitais para Yanukovich, cujo resultado oscila em torno de 3%, o mínimo para se entrar no Parlamento.
Yushchenko ordenou que a polícia investigue imediatamente a maneira com que as contagens estão sendo feitas nas regiões do leste e do sul, áreas controladas por Yanukovich. Ele também lamentou o atraso nas comunicações dos resultados.
O vice-presidente da Comissão Eleitoral Central, Andrei Magera, admitiu "não estar satisfeito com a situação atual".
Entretanto, a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (Osce), disse em um informe preliminar que as eleições foram "de acordo com os compromissos internacionais e as normas para eleições democráticas e confirmam um ambiente aberto e plural".
Yanukovich, um político que é visto como próximo da Rússia, proclamou sua vitória, ainda que de maneira cautelosa.
"Nós vencemos e estou certo que formaremos o governo", disse, segundo a agência Interfax.
"Nada confirma a vitória das forças laranjas", disse para o canal de TV Channel Five.
Cerca de 3.000 militantes do PR festejaram na Praça da Independência, principal local de encontro da capital Kiev.
Os comícios foram convocados para acabar com a disputa pelo poder entre Yushchenko e Yanukovich, que ascendeu ao posto de primeiro-ministro há um ano e meio.
Yushchenko e Timoshenko foram os líderes da chamada revolução laranja, de 2004, que através de grandes manifestações conseguiu obter a repetição das eleições presidenciais fraudulentas em que Yanukovich fora o vencedor.
Yushchenko venceu as eleições, ainda que a aliança com Timoshenko tenha sido rompida.
Nas eleições atuais, entretanto, os analistas advertem que qualquer aliança é possível. "Os dois Viktor farão tudo para evitar que Timoshenko seja primeira-ministra", afirmou Stanislav Belkovski, diretor do Instituto de Estratégia Nacional para a Rússia e Ucrânia.
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