Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
15/11/2001 - 06h14

Cauda caiu antes e pode ter causado tragédia em Nova York

Publicidade

SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Nova York

Investigadores tentam descobrir o motivo que levou a cauda do Airbus A300 da American Airlines a ter caído antes e tão longe do avião, no acidente de segunda-feira em Nova York que matou 251 passageiros, 9 tripulantes e cinco pessoas no solo.

O estabilizador vertical foi encontrado a quase um quilômetro do local da queda, dentro do mar, fato classificado como sem precedentes por especialistas. O aparelho fica na cauda e mantém o avião voando em linha reta. A análise detalhada do objeto vai revelar se havia corrosão exagerada ou algum outro problema.

À exceção das duas turbinas, todas as outras peças estavam próximas da fuselagem principal, inclusive os outros mecanismos de controle, como os ailerons (leme de inclinação lateral). Além disso, num exame preliminar, os motores das turbinas pareceram íntegros e não indicam presença de aves ou qualquer outro objeto.

Anteontem, o conteúdo de uma das caixas-pretas foi divulgado e revelou os últimos diálogos e ruídos registrados na cabine de comando. Nos 2min24 que dura a gravação, aparecem dois barulhos antes de o piloto aparentemente perder o controle. Numa das últimas falas, ele diz estar vendo outro avião à frente.

Era um Boeing-747 da JAL, que tinha decolado 2 minutos e meio antes. Segundo oficiais envolvidos na investigação, acredita-se que os dois aviões cumpriam a distância mínima obrigatória entre eles, que é de 6,5 km. Mesmo assim, a turbulência do primeiro pode ter ajudado a provocar danos estruturais no segundo.

A segunda caixa-preta foi encontrada bastante danificada e foi entregue para reparos ao fabricante. "A informação mais importante deve estar nesse gravador", disse George Black, do Comitê Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB, na sigla em inglês), que investiga o caso.

O objeto registra velocidade, altitude e cerca de outros 200 tipos de dados. As duas caixas-pretas mais os registros do tráfego aéreo do dia e os dados da torre de comando, aliados aos relatos das testemunhas no solo, devem dar uma noção do que realmente aconteceu com o Airbus.

O NTSB tenta descobrir se o acidente foi causado por falha humana ou mecânica. Se for o segundo caso, o órgão determinará se houve manutenção inadequada. É pouco provável a hipótese de sabotagem e menos ainda de um atentado terrorista. O vôo 587 deixou o aeroporto internacional JFK, em Nova York, com destino a Santo Domingo, na República Dominicana. Dos 260 passageiros, 200 eram dominicanos, que formam uma das maiores colônias de imigrantes de Nova York.

Ontem, o prefeito Rudolph Giuliani anunciou que 262 corpos já tinham sido encontrados no local da queda, em Belle Harbor, região de Rocakway, balneário do Queens, bairro de Nova York.


Leia mais no especial Acidentes Aéreos
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade