Chávez pede a Uribe que autorize viagem de líder das Farc a Venezuela

O presidente venezuelano Hugo Chávez pediu neste domingo ao colega colombiano Alvaro Uribe que autorize a viagem do líder das Farc, Manuel Marulanda, a Venezuela para avançar nas negociações em busca de um acordo humanitário na Colômbia.

"Se Marulanda quer vir a Caracas ponha-o em um avião", disse Chávez a Uribe em seu programa semanal de rádio e TV "Alô, Presidente".

"Se não posso falar com as Farc [Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia] como faço? Sei que lá na Colômbia existem fatores que querem desmontar isto e trancar o jogo", acrescentou Chávez.

"Sei que Uribe quer o acordo humanitário, me disse. Sei que as Farc também querem, como me disse Marulanda em uma carta. O que eu quero é ajudar", acrescentou o presidente venezuelano, que atua como mediador na busca de uma troca de 45 reféns das Farc por 500 guerrilheiros presos.

Na última terça-feira, Uribe negou qualquer autorização para que membros do grupo guerrilheiro viajem à Venezuela. "Quando se viu que o governo tem que dar autorização a esses anjinhos de Deus? O presidente Chávez e eu já falamos desse tema", afirmou Uribe nesta terça-feira a uma rádio colombiana, em referência ao encontro que se realizará na amanhã (8) em Caracas.

O número dois das Farc, Raul Reyes, deve se reunir com Chávez, que assumiu o papel de mediador entre o governo da Colômbia e as Farc na busca por um acordo humanitário.

As negociações entre as Farc e o governo colombiano estão travadas. As Farc exigem que Uribe ordene uma retirada militar em determinada zona do território colombiano para garantir a segurança dos rebeldes no momento da troca de prisioneiros.

O governo colombiano não aceita desmilitarizar qualquer região e exige que os rebeldes libertados das prisões não regressem à atividade guerrilheira.

Acordo de Paz

Enquanto Uribe trata de impedir que as Farc ganhem terreno político, o grupo guerrilheiro, por meio de um comunicado publicado em sua página na internet, anunciou um grande acordo de paz para refundar a nova Colômbia. O comunicado não menciona um pacto com o governo Uribe e convoca a sociedade colombiana a participar.

"O objetivo é a criação de uma alternativa para a mudança, que surja de um grande acordo nacional pela paz, justiça, soberania e o decoro da nação, que se proponha um novo governo para salvar a Colômbia do abismo", diz o texto.

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