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17/11/2001
-
17h52
da Folha Online
O presidente afegão deposto Burhanuddin Rabbani, que chegou hoje a Cabul, tem pouco poder desde que foi expulso do país em 1996 pela milícia islâmica do Taleban.
Rabbani, 61, é impopular até mesmo entre algumas facções da Aliança do Norte. E muitos grupos contrários ao Taleban preferem que o monarca deposto Zahir Shah, que vive no exílio em Roma, fique à frente de um novo regime no Afeganistão.
Parte da falta de poder do ex-presidente pode ser explicada pelo fato de Rabbani ser da etnia tadjique em um país majoritariamente pashtu.
A imagem do ex-presidente também foi ofuscada pela figura de seu antigo ministro da Defesa e legendário líder da Aliança do Norte, Ahmad Sha Massoud, assassinado em setembro, poucos dias antes dos atentados nos EUA.
No entanto, como ainda é reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) chefe de Estado do Afeganistão, Rabbani tem posição de preferencial em relação a qualquer futura configuração política no país.
Nascido em 1940 em Faizabad, na província de Badajshán (nordeste do país), Rabbani foi estudar em Cabul e depois ingressou na universidade Al Azhar do Cairo e liderou um movimento universitário islâmico moderado e anticomunista nos anos 60 e 70.
Em 1971, assumiu a direção do partido Jamiat i Islami (sociedade islâmica), mas foi obrigado pelos comunistas a exilar-se no Paquistão.
Após a invasão soviética em 1979, seu partido desempenhou um papel central na luta contra o Exército Vermelho, mas o desempenho de Rabbani logo foi superado por Ahmed Sha Massoud no Vale do Panshir, ao norte de Cabul, e Ismail Jan, nos arredores de Herat (oeste).
Quando o regime instalado pela então União Soviética caiu em 1992, Rabbani voltou a Cabul e em junho se converteu presidente do país. Pouco tempo depois, a capital afegão estava sitiada, sendo atacada por mujahedines (guerreiros tribais) pashtus.
Em 27 de setembro de 1996, os guerrilheiros da milícia fundamentalista islâmica conquistaram a capital, declararam o Estado Islâmico e Rabbani foi deposto.
O regime do Taleban foi reconhecido internacionalmente por apenas três países: Emirados Árabes, Arábia Saudita e Paquistão. Após os ataques de 11 de setembro nos EUA, somente o Paquistão ainda reconhece o Taleban.
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Rabbani, 61, é impopular até mesmo entre algumas facções da Aliança do Norte. E muitos grupos contrários ao Taleban preferem que o monarca deposto Zahir Shah, que vive no exílio em Roma, fique à frente de um novo regime no Afeganistão.
Parte da falta de poder do ex-presidente pode ser explicada pelo fato de Rabbani ser da etnia tadjique em um país majoritariamente pashtu.
A imagem do ex-presidente também foi ofuscada pela figura de seu antigo ministro da Defesa e legendário líder da Aliança do Norte, Ahmad Sha Massoud, assassinado em setembro, poucos dias antes dos atentados nos EUA.
No entanto, como ainda é reconhecido pela ONU (Organização das Nações Unidas) chefe de Estado do Afeganistão, Rabbani tem posição de preferencial em relação a qualquer futura configuração política no país.
Nascido em 1940 em Faizabad, na província de Badajshán (nordeste do país), Rabbani foi estudar em Cabul e depois ingressou na universidade Al Azhar do Cairo e liderou um movimento universitário islâmico moderado e anticomunista nos anos 60 e 70.
Em 1971, assumiu a direção do partido Jamiat i Islami (sociedade islâmica), mas foi obrigado pelos comunistas a exilar-se no Paquistão.
Após a invasão soviética em 1979, seu partido desempenhou um papel central na luta contra o Exército Vermelho, mas o desempenho de Rabbani logo foi superado por Ahmed Sha Massoud no Vale do Panshir, ao norte de Cabul, e Ismail Jan, nos arredores de Herat (oeste).
Quando o regime instalado pela então União Soviética caiu em 1992, Rabbani voltou a Cabul e em junho se converteu presidente do país. Pouco tempo depois, a capital afegão estava sitiada, sendo atacada por mujahedines (guerreiros tribais) pashtus.
Em 27 de setembro de 1996, os guerrilheiros da milícia fundamentalista islâmica conquistaram a capital, declararam o Estado Islâmico e Rabbani foi deposto.
O regime do Taleban foi reconhecido internacionalmente por apenas três países: Emirados Árabes, Arábia Saudita e Paquistão. Após os ataques de 11 de setembro nos EUA, somente o Paquistão ainda reconhece o Taleban.
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