Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
10/10/2007 - 20h13

"Estados Unidos torturam prisioneiros", diz Jimmy Carter

Publicidade

da Efe, em Washington

O ex-presidente americano Jimmy Carter (1977-1981) afirmou nesta quarta-feira que seu país tortura prisioneiros, e que pela primeira vez "os Estados Unidos abandonaram o princípio básico dos direitos humanos".

Em declarações ao programas The Situation Room, da rede de televisão CNN, Carter se mostrou categórico sobre a tortura.

"Eu não acho (que os EUA torturam); eu sei", disse.

Segundo Carter, pela primeira vez em sua vida, "os EUA abandonaram o princípio básico dos direitos humanos".

"Dissemos que as convenções de Genebra não são para os detidos da prisão de Abu Ghraib e da base de Guantánamo, e decidimos que podemos torturar prisioneiros", afirmou.

Além disso, assinalou que o presidente americano, George W. Bush, "tem sua própria definição do que são os direitos humanos".

As declarações de Carter foram imediatamente respondidas pela Casa Branca, que reiterou que os Estados Unidos "não torturam", e que "é triste escutar um ex-presidente falar desta forma".

Rice e Cheney

Em outra entrevista, à rede britânica BBC, Carter falou sobre personagens da atual vida política americana, como o vice-presidente Dick Cheney, e a secretária de Estado Condoleezza Rice.

Carter, prêmio Nobel da Paz em 2002, promove o lançamento de seu novo livro, "Beyond the White House: Waging Peace, Fighting Disease, Building Hope" ("Além da Casa Branca: lutando pela paz, combatendo a doença, construindo a esperança", em tradução livre).

Sobre Cheney, o ex-presidente afirmou que é um "desastre" para os EUA e um "militante" que teve excessiva influência na política externa do país.

"Ele foi um desastre para nosso país", afirmou.

Em relação a Rice, ressaltou que sente "admiração por ela", por "não se deixar intimidar por Cheney, algo que fez inclusive quando estava na Casa Branca, como assessora de segurança nacional".

"Agora, sua influência como secretária de Estado é evidentemente maior do que era então, e espero que continue assim", disse Carter.

Ele falou ainda sobre o ex-prefeito de Nova York e pré-candidato republicano à Presidência Rudolph Giuliani, a quem chamou de "insensato", por sua posição de que os Estados Unidos deveriam "estar abertos ao uso da força no Irã".

"Espero que não se transforme em presidente, e tente impor sua opinião de que precisamos ir à guerra no Irã", acrescentou.

Por último, criticou os pré-candidatos democratas Hillary Clinton e Barack Obama, por não comprometerem-se a retirar as tropas do Iraque ao fim de seu primeiro ano de governo, caso vençam as eleições presidenciais.

Acompanhe as notícias em seu celular: digite wap.folha.com.br

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página