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25/10/2007 - 23h40

Atentado deixa mais de 20 mortos no Paquistão

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da Folha Online

Ao menos 20 pessoas morreram nesta quinta-feira em um atentado contra um caminhão militar no Paquistão, o 23º de uma onda de violência islâmica que já conta com 430 mortos em pouco mais de três meses no país.

A agência de notícias Efe afirma que 38 pessoas morreram, mas o número não foi confirmado pelo governo.

Outras 30 ficaram feridas.

O ataque foi realizado nas imediações de Mingora, capital do Distrito de Swat, afirmou Jalid Manzoor, oficial da polícia local.

Muitos dos corpos das vítimas ficaram carbonizados, afirmou à agência France Presse o médico Nisar Khan, do hospital Saidu Sharif, para onde haviam sido levadas.

Mais de 30 soldados estavam a bordo do veículo quando aconteceu a explosão, disse à France Presse o policial Akbar Ali. O caminhão "pegou fogo e o incêndio se propagou a uma dezena de comércios do bairro".

"O caminhão estava cheio de munições, o que explica o alcance dos estragos", afirmou o porta-voz do ministério do Interior, general Javed Cheema.

Este novo ataque, que segundo fontes policiais pode ter sido cometido por um homem-bomba, vem se somar a uma onda sangrenta que assola o país há três meses e meio.

Todos eles foram atribuídos ou reivindicados por islamitas próximos à rede terrorista Al Qaeda e ao Taleban.

O mais violento deles foi cometido há uma semana, quando um homem-bomba explodiu as bombas que trazia consigo, na cidade de Karachi. O atentado ocorreu perto de onde estava o caminhão em que a ex-premiê Benazir Bhutto desfilava, na comemoração de sua volta ao país depois de oito anos de exílio voluntário. O ataque matou 138 pessoas.

Vale do Swat

Na véspera do atentado desta quinta-feira havia chegado um reforço de 2.000 soldados ao vale de Swat, que há meses vem sendo cenário de ataques islamitas.

A missão dos soldados no vale de Swat, de maioria pashtun, é combater o grupo fundamentalista Tehreek e Nafaz e Shariat e Mohammadi (TNSM, Movimento para o Reforço da Lei Islâmica).

Os militares levantaram barricadas e postos de controle nas principais vias do vale, ao pé da cadeia montanhosa Himalaia de Hindu Kush, por onde os turistas fogem por medo da violência.

Segundo o secretário do Interior da província, Badshah Gul Wazir, os soldados paquistaneses enfrentam um grupo de 300 a 400 "malfeitores" que dispõem de armas automáticas e lança-granadas.

Em declarações à Geo TV, Wazir admitiu que o grupo armado conta com o apoio de mais de quatro mil habitantes do vale.

O secretário assegurou que o Exército não vai lançar uma ofensiva na região, e que só atuará contra os fundamentalistas. Entre eles, há alguns estrangeiros, acredita.

Grupo terrorista

O líder do TNSM é o clérigo Fazlullah, que ontem pediu ajuda por rádio aos aldeões para que lutassem contra o Exército, após assegurar que os soldados tinham sido destacados para "matar gente inocente".

Com sua mensagem, o radical pretendia explorar o medo da população após a ofensiva militar que o Exército empreendeu no último dia 7 no Waziristão, em uma vizinha área tribal, que deixou cerca de 250 mortos, entre eles 50 soldados.

Através do rádio, Fazlullah assegurou recentemente que se propunha a impor uma taxa islâmica aos cidadãos pela "proteção" que seus homens ofereciam.

Os serviços de inteligência paquistaneses acreditam que Fazlullah, que monta um cavalo negro no montanhoso vale de Swat, tem vínculos com a Al Qaeda e dispõe de um Exército pessoal composto por milhares de homens.

O líder radical foi um dos "talebans paquistaneses" que declararam "guerra santa" contra o governo após a operação do Exército em julho último contra a Mesquita Vermelha, um ninho de radicais no coração de Islamabad.

Mais de dez acusações criminais pesam sobre Fazlullah, por suas conexões com grupos jihadistas locais.

Mesquita Vermelha

A onda de atentados, exceto um deles, começou depois dos combatentes fundamentalistas terem exigido vingança pela morte de cerca de cem militantes islâmicos em um assalto do Exército e da polícia à Mesquita Vermelha de Islamabad em julho último.

O líder da Al Qaeda, Osama bin Laden, também declarou recentemente "guerra santa" ao ditador do Paquistão, Pervez Musharraf, para vingar os islamitas mortos.

Musharraf é o principal aliado dos Estados Unidos na região.

Com France Presse, Associated Press e Reuters

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