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27/10/2007 - 14h52

Futuro governo argentino aprofundará laços com os EUA

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LAURA TÉRMINE
da France Presse, em Buenos Aires

A Argentina terá uma política externa de maior abertura para o mundo, aprofundará seu laço pragmático com os Estados Unidos e modificará seu vínculo com a Venezuela após a eleição presidencial deste domingo (28), de acordo com a análise de diferentes especialistas consultados pela AFP.

"A Argentina terá uma relação mais positiva e de maior visibilidade no cenário mundial, o que marcará uma diferença com o governo de Néstor Kirchner que teve suas relações internacionais muito imprecisas", disse à AFP Mônica Hirst, professora de Política Internacional da Universidade privada Di Tella.

Hirst avaliou que o sucessor de Kirchner "terá de aprofundar a relação do país com Washington" e destacou que esse laço pode se estreitar ainda mais no caso de uma vitória eleitoral, em 2008, da senadora e pré-candidata pelo Partido Democrata à presidência dos Estados Unidos Hillary Clinton.

Nesse sentido, a candidata presidencial oficialista e primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner declarou na quarta-feira que a Argentina terá uma relação madura e séria com os EUA, caso vença nas urnas, como prevêem as pesquisas de opinião.

"A relação que vimos tendo com os Estados Unidos desde a chegada do presidente (Néstor) Kirchner é séria e madura, e é a mesma relação que vamos continuar tendo", disse a mulher de Kirchner em entrevista à rádio portenha La Red.

Os especialistas concordaram em que a Argentina modificará, de alguma maneira, seu vínculo com o governo de Hugo Chávez, sem romper a aliança estratégica em matéria energética, vital para um país com reiteradas ameaças de déficit pela escassez de investimentos no setor.

A candidata Elisa Carrió, uma liberal-cristã que aparece em segundo lugar nas preferências, enquanto Cristina permanece como favorita, é muito crítica do alinhamento de Kirchner com a Venezuela.

"Se Cristina for a próxima presidente, será capaz de dar mensagens políticas mais contundentes frente às ações de Chávez, menos comprometidas com a democracia", comentou Hirst, referindo-se às possíveis mudanças que o novo governo fará no diálogo com a Venezuela.

Sergio Berensztein, diretor da consultoria Poliarquía, avaliou que os candidatos com mais chances na corrida eleitoral terão de enfrentar temas pendentes no plano econômico em seu caminho para uma maior inserção mundial.

"Kirchner manteve um equilíbrio bem-sucedido entre Washington e Caracas dentro de um conceito minimalista de política externa", disse Berensztein, para quem uma política internacional pró-ativa colocará essa equação em xeque.

"Com a reinserção da Argentina no cenário internacional, o mundo será menos tolerante à aliança com Chávez, que é o principal aliado do Irã fora do Oriente", disse o especialista.

No plano regional, a Argentina continuará afiançando sua integração no Mercosul, o bloco que forma junto com Brasil, Uruguai e Paraguai, e que tem a Venezuela em processo de adesão.

"A Argentina continuará no Mercosul e, apesar das dificuldades, não há nenhuma insinuação de reviravoltas que tirem o país desse processo de integração", opinou Edgardo Mocca, cientista político e professor da Universidade de Buenos Aires.

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