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01/12/2001 - 06h15

"Bolsa" afegã opera com otimismo

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G. ALTARES
do "El País", em Cabul

O bazar de Cabul é uma das poucas coisas do Afeganistão que possuem algum tipo de ordem: tem a zona dos pasteleiros, dos açougueiros, dos vendedores de tapetes, de camisas, de brinquedos. E, claro, tem a zona do denominado mercado de dinheiro (câmbio).

Nas ruas próximas à zona do mercado já é possível observar comerciantes com imensos maços de notas de 10 mil afeganis, a moeda local. Mas o verdadeiro epicentro financeiro de Cabul se localiza no mercado do dinheiro, a "Bolsa" da capital afegã, sensível como qualquer mercado financeiro a notícias que chegam do exterior, que ultimamente têm sido boas.

O edifício onde funciona a Bolsa é cheio de homens gritando e negociando. Eles não usam ternos nem gravatas, porém as atitudes são muito similares às dos operadores de Wall Street. Toda cidade afegã possui o seu mercado de dinheiro, mas quase todos foram esvaziados por integrantes da milícia extremista Taleban.

Com guardas armados realizando a segurança, que fecham as portas quando o número de pessoas se torna excessivo, o mercado de dinheiro tem quatro andares.

Os operadores são pessoas que conhecem seu negócio: ninguém sabe muito bem como funciona, mas a capital afegã desperta todos os dias com uma taxa de câmbio uniforme, que é respeitada em todas as partes.

Nas lojas ou nos restaurantes pode-se pagar em afeganis ou dólares e, ainda que estejam em pontos muito distantes, sempre oferecem a mesma taxa de câmbio, que está com tendência de alta do valor do afegani desde a chegada da Aliança do Norte a Cabul.

Antes US$ 1 valia 50 mil afeganis. Porém, conforme o Taleban vai perdendo espaço no Afeganistão, a taxa de câmbio para comprar dólar se reduz. Ontem estava em 32 mil afeganis por US$ 1.

São dadas três explicações no mercado para essa tendência: a primeira é a possibilidade de que se chegue a um acordo político na conferência de Bonn (Alemanha), onde diversas facções afegãs negociam um futuro governo no Afeganistão; a segunda é a queda de Cunduz, que era o último reduto do Taleban no norte do país; e por último o aumento da estabilidade na cidade.

Um operador de 27 anos assegura que "o otimismo voltou a Cabul" e as pessoas estão voltando a vender e a comprar.


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