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01/11/2007 - 21h57

Milhares protestam contra reforma de Chávez e enfrentam polícia

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da Folha Online

Milhares de estudantes protestaram nesta quinta-feira em Caracas contra a reforma constitucional, que pretende estabelecer o "socialismo bolivariano" na Venezuela, e entraram em conflito com a polícia em frente à sede do Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Ivan Gonzalez/Efe
Estudantes protestam em frente a bloqueio policial, em Caracas
Milhares de estudantes protestam em frente a bloqueio policial, em Caracas

Os manifestantes chegaram ao CNE para pedir o adiamento, até fevereiro, do referendo popular sobre as mudanças na Constituição de 1999, planejada pelo presidente Hugo Chávez. Um grupo de dirigentes do movimento se reuniu com diretores do conselho eleitoral.

Ao deixar a reunião, os estudantes tentaram se acorrentar à escadaria do CNE, mas foram impedidos pela Guarda Nacional. Enquanto isso, do lado de fora, outro grupo de jovens tentava romper a barreira policial que guardava a entrada do prédio.

O vice-ministro de segurança civil, Tarek El Aissami, mostrou à imprensa uma das correntes usadas pelos estudantes e reclamou que eles foram autorizados a se encontrar com diretores do CNE, mas não a "armar um circo".

Um dos reitores do CNE, Vicente Díaz, disse por sua vez que a delegação de estudantes foi agredida com pedradas e pauladas por militantes pró-Chavez ao entrar e sair do prédio do conselho.

A polícia manteve os manifestantes chavistas a duas quadras de distância da sede do CNE, mas permitiu que cerca de 20 deles permanecessem nas imediações do prédio.

Ivan Gonzalez/Efe
Membros da Polícia Metropolitana entram em confronto com manifestantes em Caracas
Membros da Polícia Metropolitana entram em confronto com manifestantes, em Caracas

Durante a reunião, os estudantes pediram aos membros do CNE que adiassem até fevereiro a realização do referendo sobre a reforma, além de solicitar uma garantia de que o voto será secreto. Outra petição do grupo é que a consulta seja dividida por temas (artigos econômicos, políticos, sociais e etc).

A proposta de reforma constitucional apresentada por Hugo Chávez prevê a reeleição presidencial ilimitada e aumenta o alcance do poder Executivo, além da construção de uma chamada economia socialista e de uma nova divisão político-territorial.

Desde as primeiras horas da manhã, milhares de jovens se concentraram no campus da Universidade Central da Venezuela (UCV), maior centro de ensino superior do país, e partindo de lá percorreram 3,5 km antes de entregar um documento ao CNE com suas solicitações.

Chicotadas de Cristo

Na quarta-feira (31), Hugo Chávez afirmou que se Cristo estivesse vivo "daria chicotadas" nos bispos e cardeais venezuelanos.

"Aí está a hierarquia católica, outra vez, entortando a história venezuelana. Mas lá estão eles, lá os senhores bispos, lá o senhor cardeal!", declarou Chávez em um ato oficial em Caracas.

Harold Escalona/Efe
Carro da Polícia Metropolitana dispara jato de água contra manifestantes
Carro da Polícia Metropolitana dispara jato de água contra manifestantes durante protesto

No último dia 19, a Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) qualificou de "moralmente inaceitável" o projeto de reforma constitucional promovido pelo presidente, devido a um caráter 'excludente' e restritivo das 'liberdades'.

"Se Cristo estivesse vivo aqui, fisicamente presente, ia tirá-los de lá a chicotadas, tenho certeza absoluta", disse Chávez.

Com sua posição contrária à reforma, os bispos e o arcebispo de Caracas, cardeal Jorge Urosa, demonstram que "não aprendem" e que "perderam a capacidade de raciocinar", afirmou o presidente, pedindo que "Deus os perdoe".

"O povo está com esta reforma, com a justiça social, com a igualdade social que foram e são os princípios do cristianismo verdadeiro", afirmou.

 

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