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07/12/2001 - 05h34

Pashtus dominam região onde está o reduto do Taleban

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da Folha de S.Paulo

Abandonada por 80% de sua população, destruída por bombardeios e sem eletricidade nem água corrente, a atual Candahar em nada se assemelha com a cidade que, antes da guerra com os EUA, era a segunda mais importante do Afeganistão, atrás apenas de Cabul, e contava com 250 mil habitantes.

Localizada no sul afegão, em uma área dominada pela etnia pashtu, Candahar difere de outras cidades no norte, como Mazar-e-Sharif, onde várias etnias disputam o poder.

A força da comunidade pashtu na região é demonstrada pela própria
posição da Aliança do Norte em relação à cidade. Após ter assumido o controle de todo o norte afegão, a Aliança, de maioria tadjique e uzbeque, não avançou para Candahar; o combate ao Taleban na área foi conduzido por líderes locais pashtus.

Agora, o acordo acertado entre o futuro presidente interino do Afeganistão, o pashtu Hamid Karzai, e o Taleban pressupõe a entrega da cidade a outro pashtu, o mulá Naqibullah.

História
Fundada no século 4º a.C. por Alexandre, o Grande, Candahar foi conquistada e saqueada diversas vezes ao longo da história: pelos árabes no século 7º, pelos britânicos no século 19 e pelos soviéticos, durante a ocupação do Afeganistão (1979-1989).

O nome Candahar vem de Iscanderia, termo em árabe para Alexandria.
Sua localização, na intersecção das principais rotas da Ásia Central, fez da cidade um importante entreposto comercial, e seu mercado central concentrava os principais negócios da região.

A cidade originalmente fundada por Alexandre é hoje o centro de Candahar, a cidade velha, cercada por muros. A Candahar atual cresceu ao redor do antigo centro a partir do século 18. Sua importância cresceu nessa época com a ascensão ao poder de um líder local, o pashtu Ahmed Shah Durrani.

A dinastia Durrani, que ficou no poder até o século 20 e é a mesma do ex-rei exilado Zahir Shah, fundou o Estado do Afeganistão, e Candahar foi a primeira capital do país, de 1748 a 1773.

No século passado, a cidade gozou de progresso econômico, principalmente nos anos 70, quando atraia turistas ocidentais, que visitavam seus mercados, templos e mesquitas e buscavam haxixe e ópio. A cidade foi intensamente castigada durante a invasão soviética, e sua região é cercada por minas, que até hoje fazem vítimas.

Candahar voltou a ser centro importante no Afeganistão com o fortalecimento do Taleban, que assumiu o controle do país em 1996.

A milícia islâmica tomou a cidade como seu reduto espiritual e quartel-general por sua importância religiosa: abriga o santuário que guarda o manto sagrado que, de acordo com o islamismo, foi usado pelo profeta Maomé.

O manto é mostrado publicamente em raras ocasiões. A última foi em 1996, quando o mulá Mohamad Omar vestiu-o para exibi-lo aos seus seguidores, que o conclamaram o Príncipe dos Fiéis.



  • Com agências internacionais

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