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07/07/2000 - 12h26

Partido israelense exige que primeiro-ministro endureça posição contra Palestinos

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da France Presse
em Jerusalém (Israel)

O primeiro-ministro israelense, Ehud Barak, chegará ao encontro de cúpula de Camp David (EUA) na próxima semana com o líder palestino Yasser Arafat apoiado somente por um terço do Parlamento, já que o partido Shass lhe exigiu que endureça ainda mais sua posição se quiser o seu apoio na coalizão de governo.

O apoio do Shass, que conta com 17 deputados de um total de 120 no Knesset (Parlamento), é considerado crucial para conseguir a ratificação do acordo que pode acontecer no encontro de Arafat e Barak sob a supervisão do presidente norte-americano Bill Clinton.

Ao término de uma reunião extraordinária em Jerusalém, o Conselho de Sábios da Tora, instância suprema do Shass, "exigiu" que Barak defina "linhas vermelhas" (aspectos não negociáveis) "aceitáveis pelo Shass", antes de partir para Camp David, perto de Washington.

"Se o primeiro-ministro não apresentar linhas vermelhas, não
poderemos assumir a responsabilidade de apoiar um programa que poderia causar danos irreversíveis. Nesse caso, o Conselho de Sábios da Tora examinará sua posição no governo de coalizão", segundo um comunicado lido à imprensa por Rafael Pinhasi, secretário-geral do Conselho.

O rabino Pinhasi afirmou, em resposta aos jornalistas, que se o Conselho "não ficar satisfeito, decidirá aparentemente abandonar o governo", no qual tem quatro ministros. Pinhasi qualificou de insuficientes as cinco "linhas vermelhas" que Barak havia definido ontem.

A coalizão de Barak se vê também fragilizada por outros dois de seus
membros, o Partido Nacional Religioso (cinco deputados) e o partido de língua russa Israel Be Alya (quatro deputados), que anunciaram sua intenção de sair do governo para protestar contra as concessões que Barak estaria disposto a fazer aos palestinos.

O primeiro-ministro israelense descartou um questionamento da anexação por Israel de Jerusalém Leste, uma retirada total dos territórios conquistados em 1967 e o retorno dos refugiados palestinos a Israel. Também exigiu que o vale do Jordão seja desmilitarizado e advertiu que Israel anexará setores da Cisjordânia onde está situada a maioria das colônias judias.

"O que o primeiro-ministro disse não é novo e temos escutado rumores há
alguns dias", declarou Pinhasi. O rabino se referia a informações da imprensa israelense segundo as quais Barak estaria disposto a uma retirada de mais de 90% da Cisjordânia, o que implicaria a passagem para controle palestino de dezenas de colônias nas quais vivem cerca de 40 mil pessoas.

O endurecimento do Shass, que em junho passado já causou uma crise
governamental, vai dificultar ainda mais a tarefa de Barak no encontro de Camp David. Segundo a rádio estatal, Barak se comprometeu com Clinton a fazer "gestos de boa vontade para reforçar a confiança dos palestinos".



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