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13/12/2001 - 11h04

Israel declara Arafat "fora de jogo" e anuncia "limpeza antiterrorista"

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da France Presse, em Jerusalém

Israel declarou hoje que o líder palestino Iasser Arafat está "fora de jogo" e advertiu que seu exército "multiplicará as operações de limpeza antiterrorista" nos territórios autônomos palestinos após os sangrentos atentados de ontem.

O gabinete de segurança isralense, reunido de urgência em Tel Aviv, declarou na noite de ontem em um comunicado que "considera Arafat diretamente responsável pela onda de atentados e que, por isso, fica fora de jogo e Israel não terá nenhum contato com ele".

"Consideramos que Iasser Arafat já não pode ser um interlocutor para o processo de paz e que podemos contar apenas com nós mesmos", declarou o ministro da Justiça Meir Sheetrit, um pessoa próxima ao primeiro-ministro israelense, Ariel Sharon, que participou da reunião.

"Esperamos que responsáveis ligados a Arafat compreendam a necessidade de manter as coisas sob controle", disse.

Ontem à noite, um palestino membro do Hamas explodiu uma bomba enquanto passava um ônibus civil perto da colônia de Emmanuel e depois disparou contra os passageiros com um fuzil M-16, matando dez israelenses e deixando feridos outros 30.

O palestino, que atuou protegido por disparos de outros que fugiram, foi pego pelos guardas das fronteiras.

Segundo uma fonte palestina, o nome do militante do Hamas é Assem Rihan, 23, cujo irmão morreu baleado por soldados israelenses há um mês.

É o ataque mais sangrento em território palestino ocupado desde o início da Intifada em setembro de 2000.

O ataque foi reivindicado em Beirut pelas Brigadas de Ezzedin al-Qassam, braço armado do Hamas. Un grupo armado do Fatah, movimento do líder Iasser Arafat afirmou ter efetuado o ataque com o Hamas.

Na faixa de Gaza, dois suicidas explodiram as cargas que transportavam, ferindo quatro colonos, em um assentamento do bloqueio Gush Katif. Os dois homens, Alí Fayad e Amyad Achur, eram conhecidos como membros do Hamas, segundo os habitantes de Al Qararal.

A Autoridade Palestina decretou o fechamento de todos os escritórios do Hamas e da Jihad Islâmica nos territórios palestinos.

O exército israelense lançou represálias em massa na faixa de Gaza e em Ramallah (Cisjordânia) e estreitou o cerco a Arafat.

Tanques e soldados israelenses se encontravam hoje de manhã a 200 metros dos escritórios de Arafat em Ramallah. Não se sabia seu paradeiro.

"Vamos realizar uma operação de limpeza com o objetivo de deter os terroristas, desmantelar as infra-estruturas de seus organizadores e confiscar suas armas, tudo o que não foi feito pela Autoridade Palestina contrariando os compromissos que assumiu", anunciou um alto responsável do gabinete de Ariel Sharon.

"Essas operações, que de agora em diante serão muito mais duras, serão realizadas sistematicamente nos próximos dias, localidade por localidade", disse.

"Apontaram os islamitas do Hamas, da Jihad islâmica, e todos aqueles que estejam envolvidos em atividades terroristas dentro da Fatah [a organização de Yasser Arafat) e da Força 17 (encarregada da proteção de Arafat)", acrescentou esse responsável que pediu anonimato.

O ministro da Justiça disse à rádio pública que Israel não tinha intenção nenhuma "de atacar pessoalmente Arafat" e que o Exército israelense "não tem intenção de voltar a ocupar as zonas A [dos setores que passaram para total controle da Autoridade palestina]".

"Não temos muito menos a intenção de provocar a derrocada da Autoridade Palestina ou de atacar fisicamente Iasser Arafat ou de expulsá-lo."

Citando Sheetrit, a rádio declarou que Israel não participará mais das reuniões da alta comissão de segurança organizada em presença de representantes da CIA norte-americana.

Ao falar para a rádio, o general Ron Kitrey, porta-voz do Exército, disse que havia dado um toque de recolher em cinco povoados perto da colônia de Emmanuel ao norte da Cisjordânia.

Kitrey disse que o Exército ocupou "três posições ao redor da cidade de Ramallah" e também instalou comandos nas principais rotas da faixa de Gaza.

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