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28/11/2007 - 18h40

Aliados de Morales aprovam leis à revelia da oposição

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da Efe, em La Paz

Os congressistas bolivianos aliados do presidente Evo Morales aprovaram esta madrugada duas leis, enquanto camponeses impediam que os opositores entrassem na sede do Parlamento, segundo a televisão.

Fontes parlamentares explicaram que o governo conseguiu reunir congressistas suficientes para deliberar com a ajuda de suplentes de deputados e senadores da oposição, enquanto os titulares tinham o acesso negado ao Congresso, na praça Murillo de La Paz.

Alguns parlamentares de oposição conseguiram entrar disfarçados, como Peter Maldonado, da centrista União Nacional (UN), que se vestiu com capacete e roupas de pedreiro, mas foram poucos e não foram capazes de impedir a manobra, à qual o governo Morales já recorreu em outras ocasiões.

O líder da maior legenda opositora, Poder Democrático e Social (Podemos, de direita), o ex-presidente Jorge Quiroga (2001-02), disse em entrevista coletiva que o cerco camponês é mais uma demonstração da "escalada" governista para "estabelecer um regime tirânico".

Uma das normas aprovadas nesta madrugada muda a lei de convocação da Assembléia Constituinte. Agora, os parlamentares poderão deliberar de qualquer lugar do país, informaram fontes que tiveram acesso às alterações.

No sábado, os constituintes governistas se reuniram em um colégio militar de Sucre, capital administrativa do país, sem representantes da oposição, para aprovar em primeira instância o projeto da Carta Magna de Morales, em meio a distúrbios que deixaram três mortos e 300 feridos.

A lei de convocação da Assembléia obriga este fórum a deliberar apenas em Sucre, onde há uma oposição radical devido à recusa, por parte do governo, em discutir a reivindicação da cidade de voltar a sede do Executivo e do Parlamento, que estão em La Paz desde 1899.

A oposição rejeitou esta aprovação e denunciou que os aliados de Morales violaram o regulamento da Constituinte.

Apenas 136 dos 255 constituintes eleitos em 2006 aprovaram o projeto de Morales, à revelia da oposição e sem sequer ler o texto completo.

A outra norma aprovada nesta madrugada no Congresso cria um bônus para a velhice, que será pago com parte das rendas petrolíferas que recebem até agora os nove departamentos do país.

O Senado, de maioria opositora, tinha aprovado o subsídio vitalício de US$ 26 mensais para os maiores de 65 anos, mas destinando para isso outras fontes financeiras.

As regiões em greve na Bolívia somam 80% da economia local, quase dois terços do território e 58% dos quase dez milhões de bolivianos.

O ministro de Governo, Alfredo Rada, rejeitou hoje as críticas da oposição e disse à imprensa que "o importante" é que se aprovou uma importante norma social.

O porta-voz oficial, Alex Contreras, afirmou no começo da manhã que há "grupos de choque" que são "contratados" pela oposição para forçar o povo a não trabalhar em várias províncias.

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