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Explosão em mina ucraniana assusta novamente trabalhadores
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da Efe, em Kiev
Uma explosão foi registrada na madrugada deste sábado na mesma mina ucraniana onde 100 mineiros morreram há duas semanas, no que foi considerada a maior tragédia do setor no país. O acidente não deixou vítimas e suas causas ainda são desconhecidas.
A explosão aconteceu às 5h55 locais na parte ocidental da mina Zasiadko, a pouco mais de mil metros de profundidade.
Um total de 385 mineiros trabalhava no momento da explosão, 20 deles na área afetada e 63 em uma próxima.
Após horas de tensa espera na superfície em meio ao trabalho das equipes de resgate, todos os trabalhadores foram retirados com vida, embora cinco deles estejam em estado grave.
Segundo Igor Krol, porta-voz do Ministério de Emergências ucraniano, 52 mineiros precisaram de assistência médica. Quarenta e cinco deles apresentaram sintomas de intoxicação e outros sete sofreram vários tipos de lesões. As equipes de resgate continuam trabalhando na mina.
A agência "Interfax-Ucrânia" informou que o engenheiro-chefe da mina, Vitali Shevchenko, foi destituído de suas funções durante os trabalhos de resgate por "violar as regras de acesso à região do acidente."
Segundo a televisão ucraniana, o acidente de hoje aconteceu após um muro ter sido erguido no último dia 18 para deter o incêndio provocado por uma explosão de metano que matou 100 pessoas.
Sem contar estes dois últimos acidentes, cinco explosões de metano já aconteceram na mina Zasiadko desde 1999.
Em maio daquele ano, 50 mineiros morreram na mina; em agosto de 2001, outros 65; em julho do ano seguinte, 20; e em setembro de 2006, outros 13.
As minas ucranianas, especialmente as explorações da bacia de hulha (carvão mineral com 80% de carbono) da região de Donetsk --onde se encontra Zasiadko--, estão entre as mais perigosas do mundo. Centenas de trabalhadores morrem anualmente no local.
Com uma profundidade média de mil metros, as minas dessa bacia possuem características geológicas e condições térmicas singulares.
Os freqüentes acidentes também se devem ao atraso tecnológico: um terço das 165 minas que sobreviveram à reestruturação pós-soviética estão em funcionamento há mais de 100 anos e não são modernizadas há décadas.
Nos últimos 20 anos, apenas oito minas foram modernizadas.
Três quartos das minas de Donetsk são classificadas como sendo de alto risco de explosão devido à concentração de metano e 35% delas têm a mesma categorização por causa da quantidade de pó de carvão.
De acordo com as estatísticas oficiais, os acidentes nas minas ucranianas deixaram 150 mortos e quase seis mil feridos entre janeiro e julho deste ano.
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