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23/12/2001
-
11h26
LIGIA BRASLAUSKAS
da Folha Online
O Paquistão apresentou hoje um protesto oficial contra o sequestro e tortura de um membro de sua embaixada em Nova Déli (Índia). A informação foi dada pelo ministério de Relações Exteriores paquistanês em Islamabad (Paquistão). De acordo com o governo paquistanês, o membro da embaixada teria sido obrigado a ficar nu, além de ter sido agredido e torturado, chegando a ter lesões internas e externas.
Segundo o comunicado do Paquistão, o funcionário da embaixada ficou retido durante cinco horas e foi libertado depois de ser obrigado a assinar uma confissão sobre sua implicação em atividades de espionagem. O governo indiano ainda não fez declarações sobre o assunto.
A situação entre os dois países voltou a ficar tensa à medida que os ataques dos Estados Unidos contra o Afeganistão perderam força e depois de um atentado ocorrido no dia 13, quando homens armados com rifles e granadas invadiram o Parlamento da Índia, em Nova Déli [capital].
A ação, realizada por supostos terroristas -a Índia acusou o grupo separatista da Caxemira com base no Paquistão Lashkar-e-Taiba de ser o responsável pelo atentado, mas a informação foi negada-, deixou um saldo de 12 mortos: sete policiais indianos e os cinco terroristas. Outras 17 pessoas ficaram feridas durante o ataque.
As autoridades consideraram o atentado a pior falha da segurança indiana desde o assassinato da primeira-ministra Indira Gandhi, em 1984.
Hoje, o Paquistão enviou forças militares para a fronteira com a Índia, a exemplo do que fez o governo indiano ontem, mas, até o momento, não informações sobre a tomada de posições de combate de nenhum dos dois lados.
Mesmo assim, dois soldados indianos morreram e outros três foram feridos em um choque entre as forças de seguramça dos dois países. As Forças de Segurança da Fronteira foram atacadas quando faziam um "patrulhamento de rotina" no setor de Samba, a 50 quilômetros de Jammu (capital de inverno da Caxemira indiana. Segundo um porta-voz, os soldados indianos teriam respondido a um ataque paquistanês.
Em sua edição de hoje, o jornal "Hindustan Times" afirma que o ministro indiano do Interior, Lal Krishna Advani, pedirá a Washington para declarar o Paquistão como um "Estado terrorista". O pedido deve ser formalizado no próximo mês, durante a visita que o ministro fará aos EUA.
Na quinta-feira (20), a Índia já havia enviado centenas de carros de combate e outros veículos militares à fronteira com o Paquistão. Segundo informações de testemunhas, pelo menos 500 veículos, entre tanques, jipes, caminhões e furgões equipados com material médico, foram para a fronteira do país.
Este é um forte sinal de que tanto o Paquistão como a Índia estão se preparando para um confronto na fronteira entre os dois países.
A Índia e o Paquistão, que realizaram explosões nucleares em 1998, estiveram em guerra por três vezes desde a independência, em 1947. Dois conflitos foram provocados pela disputa em torno da Caxemira.
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da Folha Online
O Paquistão apresentou hoje um protesto oficial contra o sequestro e tortura de um membro de sua embaixada em Nova Déli (Índia). A informação foi dada pelo ministério de Relações Exteriores paquistanês em Islamabad (Paquistão). De acordo com o governo paquistanês, o membro da embaixada teria sido obrigado a ficar nu, além de ter sido agredido e torturado, chegando a ter lesões internas e externas.
Segundo o comunicado do Paquistão, o funcionário da embaixada ficou retido durante cinco horas e foi libertado depois de ser obrigado a assinar uma confissão sobre sua implicação em atividades de espionagem. O governo indiano ainda não fez declarações sobre o assunto.
A situação entre os dois países voltou a ficar tensa à medida que os ataques dos Estados Unidos contra o Afeganistão perderam força e depois de um atentado ocorrido no dia 13, quando homens armados com rifles e granadas invadiram o Parlamento da Índia, em Nova Déli [capital].
A ação, realizada por supostos terroristas -a Índia acusou o grupo separatista da Caxemira com base no Paquistão Lashkar-e-Taiba de ser o responsável pelo atentado, mas a informação foi negada-, deixou um saldo de 12 mortos: sete policiais indianos e os cinco terroristas. Outras 17 pessoas ficaram feridas durante o ataque.
As autoridades consideraram o atentado a pior falha da segurança indiana desde o assassinato da primeira-ministra Indira Gandhi, em 1984.
Hoje, o Paquistão enviou forças militares para a fronteira com a Índia, a exemplo do que fez o governo indiano ontem, mas, até o momento, não informações sobre a tomada de posições de combate de nenhum dos dois lados.
Mesmo assim, dois soldados indianos morreram e outros três foram feridos em um choque entre as forças de seguramça dos dois países. As Forças de Segurança da Fronteira foram atacadas quando faziam um "patrulhamento de rotina" no setor de Samba, a 50 quilômetros de Jammu (capital de inverno da Caxemira indiana. Segundo um porta-voz, os soldados indianos teriam respondido a um ataque paquistanês.
Em sua edição de hoje, o jornal "Hindustan Times" afirma que o ministro indiano do Interior, Lal Krishna Advani, pedirá a Washington para declarar o Paquistão como um "Estado terrorista". O pedido deve ser formalizado no próximo mês, durante a visita que o ministro fará aos EUA.
Na quinta-feira (20), a Índia já havia enviado centenas de carros de combate e outros veículos militares à fronteira com o Paquistão. Segundo informações de testemunhas, pelo menos 500 veículos, entre tanques, jipes, caminhões e furgões equipados com material médico, foram para a fronteira do país.
Este é um forte sinal de que tanto o Paquistão como a Índia estão se preparando para um confronto na fronteira entre os dois países.
A Índia e o Paquistão, que realizaram explosões nucleares em 1998, estiveram em guerra por três vezes desde a independência, em 1947. Dois conflitos foram provocados pela disputa em torno da Caxemira.
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