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ONU anuncia onze mortos entre as 62 vítimas do atentado na Argélia
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da Folha Online
Ao menos onze funcionários da ONU morreram nos atentados de Argel que deixaram cerca de 62 mortos, e "um certo número" foi dado como desaparecido, informou a ONU, nesta terça-feira à noite, em Nova York.
O balanço de funcionários mortos da ONU "é agora de 11", mas ainda há "um certo número de pessoas desaparecidas", declarou a porta-voz Marie Okabe.
Segundo o ministério argelino do Interior, o ataque deixou 26 mortos e 177 feridos. No entanto, fontes médicas argelinas citam ao menos 62 mortos.
A ação foi reivindicada pela rede terrorista Al Qaeda no Magreb.
Ataques
Dois atentados suicidas, um deles contra a sede de um órgão da ONU, causaram ao menos 62 mortes.
Os atentados, que deixaram dezenas de feridos e uma cena de caos e horror em dois bairros da capital da Argélia, receberam forte condenação da comunidade internacional.
O primeiro atentado desta terça aconteceu na frente do Conselho Constitucional e do vizinho Supremo Tribunal Islâmico. Um homem-bomba guiou um carro carregado de explosivos contra o edifício. A explosão, ouvida a dezenas de quilômetros, destruiu construções e janelas e causou pânico nas redondezas.
Todos os edifícios próximos foram afetados pelo ataque. Diversos veículos pegaram fogo. Dois ônibus cheios de estudantes foram atingidos, e testemunhas afirmam que há muitas vítimas entre eles.
"Foi como um terremoto", disse o advogado Ameur Rekahila, que estava bem próximo do local da explosão, que criou uma cratera na calçada.
O segundo atentado, dez minutos após o primeiro, tinha como alvo as sedes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud)
O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados, António Guterres, afirmou não ter "nenhuma dúvida" de que esta organização era o alvo dos atentados.
O governo deu um balanço de 12 civis mortos no segundo ataque, três deles asiáticos, mas sem maiores detalhes.
Vários feridos continuavam sob os escombros do Acnur, segundo os socorristas.
Os edifícios da ONU na capital argelina ficam no bairro de Hydra, com muitas embaixadas e forte vigilância policial.
Autoria
Em comunicado publicado em um site islâmico, a organização terrorista Al Qaeda no Magreb islâmico reivindicou os atentados desta terça-feira.
Os ataques foram realizados pelos "mártires" Abdel Rahman al Assmi e Ammi Ibrahim Abu Othman, segundo a rede terrorista, que publica as fotos dos dois suicidas com fuzis de assalto e diante da bandeira verde do Islã.
O ministro argelino do Interior, Yazid Zerhuni, já havia atribuído o ataque com dois carros-bomba contra escritórios da ONU em Argel à rede terrorista Al Qaeda que antes se chamava Grupo Salafista para a Pregação e o Combate.
Os islâmicos argelinos realizaram diversos ataques ao longo do anos, a maioria deles em dias 11
Histórico
A Argélia enfrenta há vários meses um aumento da violência atribuída à Al Qaeda no Magreb, que pretende liderar uma jihad (guerra santa) em todos os países da região contra os interesses ocidentais.
Em 11 de abril, dois atentados suicidas quase simultâneos com carros-bomba, reivindicados pela Al Qaeda no Magreb, atingiram o palácio do governo e uma delegacia de polícia, deixando 30 mortos.
Em 11 de julho, 10 militares morreram e outros 35 ficaram feridos em um ataque suicida contra um quartel no sudeste do país.
Em setembro, outros dois atentados suicidas, um deles em Batna (sul) dirigido contra o presidente, matarem 54 pessoas.
Com France Presse
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