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01/01/2002 - 12h00

Confrontos continuam em meio a negociações na Caxemira

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da France Presse, em Nova Déli e Islamabad

Os líderes de governo acenam esperança de possíveis negociações nesta semana entre a Índia e o Paquistão, apesar de os novos confrontos violentos durante a noite de Ano Novo terem aumentado os riscos de uma guerra.

"Abandonem a mentalidade anti-Índia e tomem medidas eficazes para colocar fim ao terrorismo que vem do outro lado da fronteira e verão como a Índia está preparada para fazer mais da metade do caminho na cooperação com o Paquistão para o diálogo de todos os temas, inclusive sobre a Caxemira", disse o primeiro-ministro indiano, Atal Behari Vajpayee, numa mensagem de Ano Novo.

O Paquistão afirmou ontem que continuava disposto a começar negociações com a Índia para resolver o perigoso conflito, centrado na questão do terrorismo na Caxemira.

"Sempre estivemos preparados para as negociações e cabe a eles responder", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Aziz Ahmed Khan. "Cabe à Índia agir agora", disse.

Uma cúpula de sete países do sudeste asiático (SAARC), que deve acontecer de sexta a domingo em Katmandu, será uma nova oportunidade para que os dois rivais nucleares restabeleçam o diálogo depois da última crise, que começou no mês passado.

O ministro indiano das Relações Exteriores, Jaswant Singh, deu a entender ontem que poderá se encontrar no Nepal com seu colega paquistanês, Abdul Sattar.

A Índia pede, no entanto, mais atitude de Islamabad, especialmente na entrega de 20 supostos terroristas, e continua excluindo uma cúpula bilateral entre seu primeiro ministro, Atal Behari Vajpayee, e o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, aproveitando a reunião da SAARC.

Singh mostrou ontem o primeiro sinal de que o risco de enfrentamento será abafado acolhendo como "um passo em boa direção" da captura de cerca de 20 extremistas islamitas no Paquistão.



Hoje, as autoridades paquistanesas detiveram mais cerca de cem militantes, segundo o porta-voz de um dos grupos.

Os supostos terroristas estão no Paquistão e são acusados por Nova Déli de ter atacado o Parlamento indiano no mês passado, em uma ação preparada, segundo a Índia, com a ajuda dos serviços secretos paquistaneses.

O incidente, que causou 14 mortos, desencadeou uma mobilização de tropas de ambas partes e represálias diplomáticas e econômicas.

"Ainda não saímos do conflito", disse o especialista Alexander Evans, do King's College Center for Defence Studies.

"As relações indiano-paquistanesas encontram-se provavelmente em seu ponto mais baixo desde a guerra de 1971. Ela consumirá, seguramente, muito tempo, trabalho e, sem dúvidas, pressões norte-americanas para que as coisas voltem ao normal", disse.

Após pedir moderação às duas partes, o presidente norte-americano, George W. Bush, comemorou ontem as medidas tomadas pelo presidente Musharraf contra os militantes islamitas. "Você atua de forma energética e aprecio seus esforços", declarou.

A aparente conquista não acabou com a tensão no terreno, como o comprovam novos incidentes fronteiriços que deixaram 15 mortos na noite de Ano Novo.

As forças indianas afirmaram que mataram à noite dez soldados paquistaneses e destruíram pelo menos 12 refúgios militares em um novo enfrentamento com o Exército paquistanês, na fronteira disputada da Caxemira.

No mesmo período, cinco indianos foram mortos por militantes da Caxemira, no mesmo distrito de Poonch, declarou a polícia. Ontem, um violento confronto, com disparos de morteiro entre soldados indianos e paquistaneses, deixou dez mortos e cinco feridos em estado grave do lado indiano.

Leia mais no especial Conflito Índia-Paquistão
 

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