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10/01/2002 - 14h54

Greve de trens cria clima de tensão no governo Blair

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da France Presse, em Londres

O governo do primeiro-ministro Tony Blair viu-se obrigado a desviar sua atenção da guerra contra o terrorismo diante da caótica greve dos ferroviários, que já dura cinco dias, e da perspectiva de outra greve trabalhista entre os 150 mil funcionários dos serviços dos Correios.

"A era negra das greves voltou", deu como manchete o jornal populista de centro direita "Daily Express", diante da incapacidade do governo trabalhista de abafar a greve do serviço ferroviário do sul do país, a região mais populosa da Inglaterra.

O serviço ferroviário britânico, o "pior da Europa" nas palavras do vice-ministro das Relações Exteriores, Peter Hain, está parado há cinco dias, sem praticamente nenhum trem em funcionamento no sul, com filas nas estações de trens e engarrafamentos monstruosos nas estradas.

Dezenas de milhares de passageiros de uma das rotas ferroviárias mais frequentadas, operada pelos South West Trains, foram afetados pela greve, que nas próximas duas semanas deve paralisar outras linhas.

A Escócia e o norte da Inglaterra também começaram a sofrer as consequências da paralisação.

O secretário dos Transportes, Stephen Byers, sofre duras críticas dos meios de comunicação para que apresente sua demissão.

O governo considera que os problemas no setor são consequências de décadas de negligência e do colapso dos serviços na rede após a privatização de 1996.

As greves poderão contaminar também os serviços de correios. A União de Trabalhadores da Comunicação (Communication Workers Union) apresentou uma consulta aos 150 mil funcionários dos Correios para uma possível greve no mês que vem, por causa de disputas salariales.

Ken Jackson, chefe do Amicus, o maior sindicato do setor privado, disse ao "Daily Express" que os sindicatos ferroviários "devem deixar de intoxicar os usuários".

A maior preocupação de Jackson é que o país "volte aos anos 70 e ao que sucedeu então", em alusão à década de greve que acabou contribuindo para a chegada da conservadora Margaret Thatcher.

Reuters - 08.mai.2001
Tony Blair, primeiro-ministro britânico
Blair, que após uma semana de viagens diplomáticas voltou a seu país para encarar uma crise social galopante, acredita que os desentendimentos não devem ser resolvidos mediante enfrentamentos diretos, explicou seu porta-voz.

Para o professor Paul Edwards, da universidade de Warwick, especialista em relações industriais, "não há um movimento organizado no sentido de sindicatos cooperando deliberadamente para causar problemas".

color=00000>no especial Reino Unido


 

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