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17/01/2002
-
08h43
da Deutsche Welle, em Berlim
A Comissão de política interna do Parlamento alemão discutiu ontem o projeto de lei que pretende estabelecer novas regras relativas à entrada de imigrantes no país. Na sessão aberta, da qual participaram 17 especialistas, foram debatidas questões como a política de imigração, asilo político, integração e direitos dos estrangeiros.
Os partidos conservadores União Democrata Cristã (CDU) -de Edmund Stoiber, candidato a chanceler (premiê) nas eleições de setembro pelo principal partido de centro-direita alemão- e a União Social Cristã (CSU) mostraram-se irredutíveis frente a um possível consenso no que diz respeito ao projeto de lei do governo social-democrata e verde.
Segundo o Secretário do Interior da Baviera, Günther Beckstein (CSU), "as chances de um acordo são poucas". Para os dois partidos, o crescimento do número de imigrantes poderia agravar ainda mais o problema do desemprego.
Empresariado
A posição dos democrata-cristãos tem causado críticas até mesmo entre o empresariado alemão, que defende a entrada em vigor das novas leis o mais rápido possível.
O presidente da Câmara Alemã de Indústria e Comércio (DIHK), Ludwig-Georg Braun, declarou em entrevista ao diário Berliner Zeitung que "a rejeição categórica" da CDU e CSU às leis é um erro. Segundo Braun, esses partidos deveriam antes de tudo desempenhar um "papel construtivo" na discussão.
Michael Rogowski, presidente da Confederação Alemã da Indústria (BDI), alertou que o número de desempregados do país, que ultrapassa os quatro milhões, não justifica uma rejeição completa das novas leis de imigração em debate.
De acordo com Rogowski, "o tema da falta de mão-de-obra especializada no país não pode ser ignorado".
A sessão aberta da Comissão Parlamentar deverá servir para corrigir e acertar detalhes do projeto de lei, a ser votado pela casa ainda em fevereiro, seguindo então para o Bundesrat, a câmara alta do Legislativo, até março deste ano.
Segundo o especialista em imigração Klaus Bade, da Universidade de Osnabrück, trata-se de uma "mudança política profunda. Mesmo com o alto índice de desemprego, há em determinados setores necessidade de mão-de-obra estrangeira altamente qualificada".
O argumento dos partidos conservadores de que eventuais imigrantes poderiam ameaçar empregos de alemães é revidado por Bade. "A Alemanha precisa de uma política de imigração controlada", completa o especialista.
Verdes
Políticos do Partido Verde não vêem mais possibilidades de acordo com a CDU e CSU antes da votação no Parlamento. A delegada do partido para questões relativas a estrangeiros, Marieluise Beck, alerta para "o risco de retrocesso", caso as leis não venham a ser votadas antes das próximas eleições. "Enfraquecer nos últimos dez metros é um desperdício de forças", observa Beck.
Claudia Roth, presidente do Partido Verde, acentua que os verdes estão dispostos a discutir com adversários sobre o projeto de lei, "no entanto não em questões centrais". Roth vê a posição dos democrata-cristãos, de "jogar o grave problema do desemprego na discussão sobre a imigração" como irresponsável. "Isso é populismo", conclui a deputada verde.
Políticos e especialistas discutem leis de imigração na Alemanha
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A Comissão de política interna do Parlamento alemão discutiu ontem o projeto de lei que pretende estabelecer novas regras relativas à entrada de imigrantes no país. Na sessão aberta, da qual participaram 17 especialistas, foram debatidas questões como a política de imigração, asilo político, integração e direitos dos estrangeiros.
Os partidos conservadores União Democrata Cristã (CDU) -de Edmund Stoiber, candidato a chanceler (premiê) nas eleições de setembro pelo principal partido de centro-direita alemão- e a União Social Cristã (CSU) mostraram-se irredutíveis frente a um possível consenso no que diz respeito ao projeto de lei do governo social-democrata e verde.
Segundo o Secretário do Interior da Baviera, Günther Beckstein (CSU), "as chances de um acordo são poucas". Para os dois partidos, o crescimento do número de imigrantes poderia agravar ainda mais o problema do desemprego.
Empresariado
A posição dos democrata-cristãos tem causado críticas até mesmo entre o empresariado alemão, que defende a entrada em vigor das novas leis o mais rápido possível.
O presidente da Câmara Alemã de Indústria e Comércio (DIHK), Ludwig-Georg Braun, declarou em entrevista ao diário Berliner Zeitung que "a rejeição categórica" da CDU e CSU às leis é um erro. Segundo Braun, esses partidos deveriam antes de tudo desempenhar um "papel construtivo" na discussão.
Michael Rogowski, presidente da Confederação Alemã da Indústria (BDI), alertou que o número de desempregados do país, que ultrapassa os quatro milhões, não justifica uma rejeição completa das novas leis de imigração em debate.
De acordo com Rogowski, "o tema da falta de mão-de-obra especializada no país não pode ser ignorado".
A sessão aberta da Comissão Parlamentar deverá servir para corrigir e acertar detalhes do projeto de lei, a ser votado pela casa ainda em fevereiro, seguindo então para o Bundesrat, a câmara alta do Legislativo, até março deste ano.
Segundo o especialista em imigração Klaus Bade, da Universidade de Osnabrück, trata-se de uma "mudança política profunda. Mesmo com o alto índice de desemprego, há em determinados setores necessidade de mão-de-obra estrangeira altamente qualificada".
O argumento dos partidos conservadores de que eventuais imigrantes poderiam ameaçar empregos de alemães é revidado por Bade. "A Alemanha precisa de uma política de imigração controlada", completa o especialista.
Verdes
Políticos do Partido Verde não vêem mais possibilidades de acordo com a CDU e CSU antes da votação no Parlamento. A delegada do partido para questões relativas a estrangeiros, Marieluise Beck, alerta para "o risco de retrocesso", caso as leis não venham a ser votadas antes das próximas eleições. "Enfraquecer nos últimos dez metros é um desperdício de forças", observa Beck.
Claudia Roth, presidente do Partido Verde, acentua que os verdes estão dispostos a discutir com adversários sobre o projeto de lei, "no entanto não em questões centrais". Roth vê a posição dos democrata-cristãos, de "jogar o grave problema do desemprego na discussão sobre a imigração" como irresponsável. "Isso é populismo", conclui a deputada verde.
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