Publicidade
Publicidade
24/01/2002
-
14h56
LIGIA BRASLAUSKAS
da Folha Online
Um comunicado assinado por um grupo anti-sírios e libaneses assumiu o atentado com um carro-bomba que matou hoje o ex-ministro libanês Elie Hobeika, líder de uma milícia pró-Israel envolvida no massacre de refugiados palestinos Sabra e Chatila (Líbano), em 1982. Hobeika morreu quando saía de casa, às 9h30 locais (5h30 de Brasília), em seu carro. O atentado matou outras três pessoas que estavam com o ex-ministro no veículo e feriu pelo menos seis. As informações são do jornal israelense "Ha'aretz".
O comunicado, escrito em árabe, foi encaminhado por um grupo que dá a si próprio o título "Libaneses para a Liberdade e Independência do Líbano".
"Um de nós se encarregou da morte, na manhã de hoje, do agente contra a Síria Elie Hobeika, que esgotou os libaneses e o Líbano e se tornou em um instrumento efetivo nas mãos do 'governo' sírio-libanês de Ghazi Kenaan", diz o comunicado.
Ghazi Kenaan é a "cabeça" da inteligência militar síria no Líbano, onde Damasco [capital síria] mantém cerca de 20 mil homens, assim como efetivos da polícia e controle militar. Ainda de acordo com o comunicado, o assassinato de Hobeika seria uma mensagem para a Síria sair do território libanês.
Hobeika comandava a milícia Forças Cristãs Libanesas, suspeita de ser responsável pelo assassinato de centenas de refugiados palestinos nos campos de Sabra e Chatila, depois da invasão de Israel ao Líbano, em 1982.
Antes do comunicado, Israel negou qualquer implicação na morte de Hobeika, depois de ser acusado da autoria do atentado. O ministro libanês Maruan Hamade disse hoje que o atentado contra Hobeika era obra de agentes israelenses "para eliminar uma testemunha de peso contra o primeiro de Israel [Ariel Sharon]".
"Essa acusação é uma calúnia contra israel e contra o primeiro-ministro Ariel Sharon ", disse o porta-voz de Sharon.
Muitos libaneses acham que Sharon deveria ser indiciado como criminoso de guerra por sua atuação nos massacres dos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, nos quais até 1.800 civis foram assassinados em três dias pelas milícias cristãs aliadas de Israel, enquanto o Exército israelense assistia tudo de fora dos campos.
Em junho do ano passado, Sharon foi acusado por 23 sobreviventes de ser responsável da matança de Sabra e Chatila. Na época do massacre, Sharon era ministro da Defesa de Israel.
O tribunal de apelação de Bruxelas (Bélgica) decidirá no dia 6 de março se a Justiça belga é competente para julgar o primeiro-ministro de Israel das acusações de responsabilidade na matança de Sabra e Chatila.
Com agências internacionais
Leia mais no especial Oriente Médio
Grupo libanês assume atentado e diz que ação foi mensagem à Síria
Publicidade
da Folha Online
Um comunicado assinado por um grupo anti-sírios e libaneses assumiu o atentado com um carro-bomba que matou hoje o ex-ministro libanês Elie Hobeika, líder de uma milícia pró-Israel envolvida no massacre de refugiados palestinos Sabra e Chatila (Líbano), em 1982. Hobeika morreu quando saía de casa, às 9h30 locais (5h30 de Brasília), em seu carro. O atentado matou outras três pessoas que estavam com o ex-ministro no veículo e feriu pelo menos seis. As informações são do jornal israelense "Ha'aretz".
O comunicado, escrito em árabe, foi encaminhado por um grupo que dá a si próprio o título "Libaneses para a Liberdade e Independência do Líbano".
"Um de nós se encarregou da morte, na manhã de hoje, do agente contra a Síria Elie Hobeika, que esgotou os libaneses e o Líbano e se tornou em um instrumento efetivo nas mãos do 'governo' sírio-libanês de Ghazi Kenaan", diz o comunicado.
Ghazi Kenaan é a "cabeça" da inteligência militar síria no Líbano, onde Damasco [capital síria] mantém cerca de 20 mil homens, assim como efetivos da polícia e controle militar. Ainda de acordo com o comunicado, o assassinato de Hobeika seria uma mensagem para a Síria sair do território libanês.
Reuters |
Elie Hobeika, ex-ministro libanês morto hoje em um atentado |
Antes do comunicado, Israel negou qualquer implicação na morte de Hobeika, depois de ser acusado da autoria do atentado. O ministro libanês Maruan Hamade disse hoje que o atentado contra Hobeika era obra de agentes israelenses "para eliminar uma testemunha de peso contra o primeiro de Israel [Ariel Sharon]".
"Essa acusação é uma calúnia contra israel e contra o primeiro-ministro Ariel Sharon ", disse o porta-voz de Sharon.
Muitos libaneses acham que Sharon deveria ser indiciado como criminoso de guerra por sua atuação nos massacres dos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila, nos quais até 1.800 civis foram assassinados em três dias pelas milícias cristãs aliadas de Israel, enquanto o Exército israelense assistia tudo de fora dos campos.
Em junho do ano passado, Sharon foi acusado por 23 sobreviventes de ser responsável da matança de Sabra e Chatila. Na época do massacre, Sharon era ministro da Defesa de Israel.
O tribunal de apelação de Bruxelas (Bélgica) decidirá no dia 6 de março se a Justiça belga é competente para julgar o primeiro-ministro de Israel das acusações de responsabilidade na matança de Sabra e Chatila.
Leia mais no especial Oriente Médio
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice