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25/01/2002
-
08h29
da Folha Online
O ex-chefe miliciano cristão e ex-ministro libanês Elie Hobeika, morto ontem em um atentado com carro-bomba, afirmou ter gravado suas relelações sobre as matanças de civis palestinos em Sabra e Chatila. As informações foxram divulgadas hje pelo jornal libanês "Daily Star". Hobeika morreu quando saía de casa, às 9h30 locais (5h30 de Brasília), em seu carro. O atentado matou outras três pessoas que estavam com o ex-ministro no veículo e feriu pelo menos seis.
"Há dois meses, Elie Hobeika nos disse que gravara sua versão de como ocorreram as matanças de Sabra e Chatila e que havia entregue as cópias das fitas a seus advogados", afirma o jornal.
"Também disse que havia provas comprometendo [o primeiro-ministro isralense] Ariel Sharon".
Em 1983, uma comissão de investigação israelense estabeleceu a "responsabilidade pessoal indireta" de Sharon nessas matanças que deixaram entre 800 e 2.000 mortos em setembro de 1982, quando o Exército israelense invadiu Beirute e se manteve nas proximidades dos campos de refugiados de Sabra e Chatila.
A comissão disse ainda que o chefe dos serviços de inteligência da milícia cristã das Forças Libanesas, Elie Hobeika, havia comenado as operações de massacre.
Mas o jornal libanês "An Nahar" questiona: "Onde foram parar os segredos de Elie Hobeika?".
Hobeika comandava a milícia Forças Cristãs Libanesas, suspeita de ser responsável pelo assassinato de centenas de refugiados palestinos nos campos de Sabra e Chatila, depois da invasão de Israel ao Líbano, em 1982.
Israel negou qualquer implicação na morte de Hobeika, depois de ser acusado da autoria do atentado. O ministro libanês Maruan Hamade disse hoje que o atentado contra Hobeika era obra de agentes israelenses "para eliminar uma testemunha de peso contra o primeiro de Israel [Ariel Sharon]".
"Essa acusação é uma calúnia contra israel e contra o primeiro-ministro Ariel Sharon ", disse o porta-voz de Sharon.
Muitos libaneses acham que Sharon deveria ser indiciado como criminoso de guerra por sua atuação nos massacres dos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila.
Em junho do ano passado, Sharon foi acusado por 23 sobreviventes de ser responsável da matança de Sabra e Chatila. Na época do massacre, Sharon era ministro da Defesa de Israel.
O tribunal de apelação de Bruxelas (Bélgica) decidirá no dia 6 de março se a Justiça belga é competente para julgar o primeiro-ministro de Israel das acusações de responsabilidade na matança de Sabra e Chatila.
Leia mais:
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O ex-chefe miliciano cristão e ex-ministro libanês Elie Hobeika, morto ontem em um atentado com carro-bomba, afirmou ter gravado suas relelações sobre as matanças de civis palestinos em Sabra e Chatila. As informações foxram divulgadas hje pelo jornal libanês "Daily Star". Hobeika morreu quando saía de casa, às 9h30 locais (5h30 de Brasília), em seu carro. O atentado matou outras três pessoas que estavam com o ex-ministro no veículo e feriu pelo menos seis.
"Há dois meses, Elie Hobeika nos disse que gravara sua versão de como ocorreram as matanças de Sabra e Chatila e que havia entregue as cópias das fitas a seus advogados", afirma o jornal.
"Também disse que havia provas comprometendo [o primeiro-ministro isralense] Ariel Sharon".
Em 1983, uma comissão de investigação israelense estabeleceu a "responsabilidade pessoal indireta" de Sharon nessas matanças que deixaram entre 800 e 2.000 mortos em setembro de 1982, quando o Exército israelense invadiu Beirute e se manteve nas proximidades dos campos de refugiados de Sabra e Chatila.
A comissão disse ainda que o chefe dos serviços de inteligência da milícia cristã das Forças Libanesas, Elie Hobeika, havia comenado as operações de massacre.
Mas o jornal libanês "An Nahar" questiona: "Onde foram parar os segredos de Elie Hobeika?".
Hobeika comandava a milícia Forças Cristãs Libanesas, suspeita de ser responsável pelo assassinato de centenas de refugiados palestinos nos campos de Sabra e Chatila, depois da invasão de Israel ao Líbano, em 1982.
Israel negou qualquer implicação na morte de Hobeika, depois de ser acusado da autoria do atentado. O ministro libanês Maruan Hamade disse hoje que o atentado contra Hobeika era obra de agentes israelenses "para eliminar uma testemunha de peso contra o primeiro de Israel [Ariel Sharon]".
"Essa acusação é uma calúnia contra israel e contra o primeiro-ministro Ariel Sharon ", disse o porta-voz de Sharon.
Muitos libaneses acham que Sharon deveria ser indiciado como criminoso de guerra por sua atuação nos massacres dos campos de refugiados palestinos de Sabra e Chatila.
Em junho do ano passado, Sharon foi acusado por 23 sobreviventes de ser responsável da matança de Sabra e Chatila. Na época do massacre, Sharon era ministro da Defesa de Israel.
O tribunal de apelação de Bruxelas (Bélgica) decidirá no dia 6 de março se a Justiça belga é competente para julgar o primeiro-ministro de Israel das acusações de responsabilidade na matança de Sabra e Chatila.
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