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27/01/2002 - 14h45

Mulher-bomba era universitária em Nablus, diz TV do Líbano

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da Folha Online e
da France Presse

A "mulher-bomba", responsável pela explosão hoje no centro de Jerusalém, era uma estudante da Universidade de Al Najah, na cidade de Nablus, na Cisjordânia. Segundo a polícia israelense, ela é a autora do atentado que matou, além dela, um israelense de 81 anos.

Esta é a primeira vez que uma "mulher-bomba" é usada por grupos palestinos contrários à ocupação de Israel em seus territórios. O atentado deixou cerca de 100 feridos, segundo um novo balanço de fontes policiais.

O anúncio da origem da terrorista, cujo nome não foi divulgado, é a emissora de TV Al Manar, do Líbano, citada pelo jornal israelense "Haaretz".

A universidade Al Najah é apontada pelo Shin Bet (serviço secreto israelense) como uma "estufa para homens-bomba" e fortaleza do grupo radical islâmico Hamas.

Segundo o "Haaretz", pelo menos seis dos 120 suicidas-bombas que atacaram alvos israelenses eram universitários de Nablus.

Em eleições estudantis realizadas no ano passado na Universidade Al Najah, em Nablus (Cisjordânia), candidatos ligados ao Hamas derrotaram os do Fatah por 60% a 34% dos votos.

Em geral, o Hamas tem um apoio desproporcional entre as mulheres, que apreciam as escolas e outros serviços oferecidos pelo grupo extremista. Entre os jovens o cenário também é favorável ao Hamas.

O crescimento do Hamas entre os palestinos é justificado pela promoção do islã, de escolas e de clínicas de saúde. Mas os atentados que matam israelense são a grande fonte de popularidade do grupo radical.

Oficialmente, nenhum grupo se responsabilizou ainda pela explosão de hoje em Jerusalém. O líder do Hamas, em Gaza, Mahmoud Al Zahar, negou que sua organização esteja por trás do atentado.

Explosão e sangue

Pessoas confusas, muitas sangrando, foram levadas pelas ambulâncias para o hospital, enquanto uma nuvem de fumaça cobria o local da explosão.

O israelense morto na explosão foi identificado como Pinchas Toktaly, de 81 anos.

O chefe de polícia de Jerusalém Mickey Levy disse que a explosão foi causada por uma bomba de longo alcance, o que resultou na grande quantidade de feridos.

O atentado de hoje ocorreu dois dias depois que um outro palestino suicida explodiu uma bomba em Tel Aviv, ferindo 25 pessoas. Esse terrorista, numa motocicleta, detonou uma bomba que levava sob a roupa perto de uma estação rodoviária. Foi morto por policiais.

A explosão de hoje ocorreu na rua Jaffa, centro comercial no lado ocidental de Jerusalém, perto da pizzaria Sbarro, onde um suicida palestino matou 16 pessoas em agosto do ano passado (incluindo um brasileiro).

O atentado deixa em situação ainda mais delicada o líder palestino Iasser Arafat, isolado por Israel (política e geograficamente) e pressionado pela comunidade internacional a controlar os grupos terroristas que operam em seu território.

Os israelenses não têm permitido que Arafat saia de Ramallah desde o início de dezembro. Eles insistem que o líder palestino tome medidas "mais contundentes" contra o terrorismo. Também exigem que Arafat entregue os suspeitos de assassinar um ministro israelense, em outubro.

"Este é o sétimo ataque que eu presenciei nesta área e foi o mais forte", disse Eytan Ben-Shlomo, que trabalha em um restaurante próximo do local da explosão deste domingo.

O ataque coincidiu com o primeiro dia útil da semana de Israel (o domingo).

Mais de 66% dos palestinos apóiam atentados suicidas contra Israel, segundo pesquisa feita pelo instituto Jerusalém Mídia e Centro de Comunicação no final de dezembro junto a 1.199 palestinos.

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