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29/01/2002
-
16h33
da France Presse, em Jerusalém
Os especialistas israelenses em segurança, que passaram anos elaborando um perfil típico dos suicidas, não têm outra opção senão a de revisar todas as suas conclusões após o sangrento atentado do último domingo (27) em Jerusalém, feito por uma palestina.
"Temos de levar em consideração todos os casos possíveis", disse Yarden Vatikai, porta-voz do ministro de Defesa, Binyamin Bin Eliezer.
"Tivemos de atualizar várias vezes o perfil típico do agressor. Às vezes são mais velhos, outros têm filhos ou inclusive são árabes israelenses. A partir de agora, também teremos de levar em conta as mulheres", explicou.
israel_territorios_ocupados.gif" align="left">Até agora, nenhum movimento reivindicou o atentado e a polícia israelense ainda ignora se a mulher despedaçada pela explosão, que entre outras coisas causou a morte de um israelense, era realmente uma suicida ou se morreu na explosão acidental da bomba que transportava.
"No passado, algumas mulheres foram cúplices de suicidas, colocaram bombas e inclusive esfaquearam soldados israelenses, mas nunca existiu mulher que fosse a ´protagonista´ da ação", explicou um porta-voz da polícia.
Para Hassan Yussef, do movimento islâmico extremista Hamas, "a mulher muçulmana tem o direito de lutar contra a ocupação e nenhuma fatwa (decreto religioso) a proíbe de se juntar ao conflito".
Segundo testemunhos palestinos, a polícia feminina esconde no ponto de
controle de Aram, em Ramalah (Cisjordânia), as palestinas que querem entrar em Israel.
Além disso, uma adolescente de 15 anos disse que os soldados israelenses também revistam as mochilas dos alunos palestinos que vão à escolas situadas na zona sob controle secundário israelense.
No ponto de controle de Kalandia, perto de Ramallah, soldados israelenses tiraram uma palestina de seu carro e a mandaram de volta para casa, apesar dela ter apresentado sua carteira profissional do hospital onde trabalha em Jerusalém.
Nos primeiros dias da Intifada, que começou em 28 de setembro de 2000, os candidatos ao suicídio respondiam a critérios específicos. Eram jovens sem responsabilidades familiares que entravam em Israel, carregando um cinturão de explosivos.
Atentados realizados por suicidas que vinham de Israel provocaram pânico na população e supreenderam os serviços de segurança.
Em setembro, uma árabe israelense, de 48 anos, do norte da Galiléia, praticou um atentado no qual morreram três pessoas e outras 36 ficaram feridas em uma estação cheia de gente no norte de Israel.
Com as características do suicida, que se multiplicam, e a aparição de mulheres, o número de suspeitos potenciais aumentou ainda mais para os isralenses.
"É mais fácil recrutar gente que fabrica bombas", disse Vatikai.
Apesar da mobilização de um importante dispositivo de segurança, dois atentados aconteceram em Jerusalém na mesma rua em um intervalo de cinco dias.
Segundo Vatikai, seria mais eficaz impedir a entrada de palestinos em território israelense do que tentar detê-los nas ruas israelenses.
"Fazemos o possível para dar segurança à linha verde entre Israel e os territórios estabelecendo barreiras físicas", disse.
"Mas não queremos construir um Muro de Berlim ou uma Grande Muralha da China", disse.
Leia mais no especial Oriente Médio
Análise: Atentado feminino desmorona perfil típico dos suicidas
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Os especialistas israelenses em segurança, que passaram anos elaborando um perfil típico dos suicidas, não têm outra opção senão a de revisar todas as suas conclusões após o sangrento atentado do último domingo (27) em Jerusalém, feito por uma palestina.
"Temos de levar em consideração todos os casos possíveis", disse Yarden Vatikai, porta-voz do ministro de Defesa, Binyamin Bin Eliezer.
"Tivemos de atualizar várias vezes o perfil típico do agressor. Às vezes são mais velhos, outros têm filhos ou inclusive são árabes israelenses. A partir de agora, também teremos de levar em conta as mulheres", explicou.
israel_territorios_ocupados.gif" align="left">Até agora, nenhum movimento reivindicou o atentado e a polícia israelense ainda ignora se a mulher despedaçada pela explosão, que entre outras coisas causou a morte de um israelense, era realmente uma suicida ou se morreu na explosão acidental da bomba que transportava.
"No passado, algumas mulheres foram cúplices de suicidas, colocaram bombas e inclusive esfaquearam soldados israelenses, mas nunca existiu mulher que fosse a ´protagonista´ da ação", explicou um porta-voz da polícia.
Para Hassan Yussef, do movimento islâmico extremista Hamas, "a mulher muçulmana tem o direito de lutar contra a ocupação e nenhuma fatwa (decreto religioso) a proíbe de se juntar ao conflito".
Segundo testemunhos palestinos, a polícia feminina esconde no ponto de
controle de Aram, em Ramalah (Cisjordânia), as palestinas que querem entrar em Israel.
Além disso, uma adolescente de 15 anos disse que os soldados israelenses também revistam as mochilas dos alunos palestinos que vão à escolas situadas na zona sob controle secundário israelense.
No ponto de controle de Kalandia, perto de Ramallah, soldados israelenses tiraram uma palestina de seu carro e a mandaram de volta para casa, apesar dela ter apresentado sua carteira profissional do hospital onde trabalha em Jerusalém.
Nos primeiros dias da Intifada, que começou em 28 de setembro de 2000, os candidatos ao suicídio respondiam a critérios específicos. Eram jovens sem responsabilidades familiares que entravam em Israel, carregando um cinturão de explosivos.
Atentados realizados por suicidas que vinham de Israel provocaram pânico na população e supreenderam os serviços de segurança.
Em setembro, uma árabe israelense, de 48 anos, do norte da Galiléia, praticou um atentado no qual morreram três pessoas e outras 36 ficaram feridas em uma estação cheia de gente no norte de Israel.
Com as características do suicida, que se multiplicam, e a aparição de mulheres, o número de suspeitos potenciais aumentou ainda mais para os isralenses.
"É mais fácil recrutar gente que fabrica bombas", disse Vatikai.
Apesar da mobilização de um importante dispositivo de segurança, dois atentados aconteceram em Jerusalém na mesma rua em um intervalo de cinco dias.
Segundo Vatikai, seria mais eficaz impedir a entrada de palestinos em território israelense do que tentar detê-los nas ruas israelenses.
"Fazemos o possível para dar segurança à linha verde entre Israel e os territórios estabelecendo barreiras físicas", disse.
"Mas não queremos construir um Muro de Berlim ou uma Grande Muralha da China", disse.
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