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07/02/2002 - 04h55

Palestinos matam mãe e 2 filhas israelenses

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da Folha de S.Paulo

Quatro israelenses morreram, entre eles uma mãe e duas filhas, em ataque de extremistas palestinos no assentamento judaico de Hamra, na Cisjordânia, em mais um dia de violência na região. Uma das vítimas era um bebê. O outro morto era um soldado israelense e ao menos outras quatro pessoas foram feridas .

Segundo uma TV israelense, caças do país bombardearam vários alvos palestinos em Nablus, na Cisjordânia. O governo de Israel negou. Segundo a rede de TV Al Manar, do grupo extremista libanês Hizbollah, o Hamas foi o responsável pelo atentado. O grupo não havia emitido comunicado até o encerramento desta edição, mas ação deveria ter sido uma resposta à morte de integrantes do grupo no mês passado.

Um dos terroristas, com explosivos presos ao corpo, foi morto por soldados israelenses. Ele havia feito reféns em uma casa do assentamento. Outros dois estavam desaparecidos. A polícia continuava procurando os extremistas até o encerramento desta edição. Havia o temor de que eles portassem explosivos. De acordo com autoridades israelenses, os terroristas invadiram casas do assentamento no fim da tarde de ontem e abriram fogo. Entre os mortos, há duas mulheres.

Até o encerramento desta edição, a Autoridade Nacional Palestina, de Iasser Arafat, e o governo israelense não haviam comentado o atentado.
Horas antes, um caminhão que seguia de Nablus para Jenin, na Cisjordânia, carregado com oito mísseis Qassam, com alcance de 7 km, foi interceptado pelo Exército israelense. Posicionados na fronteira dos territórios palestinos com Israel, os mísseis podem atingir cidades israelenses.

Em Jerusalém, a polícia israelense deteve um homem-bomba palestino que estava em um ônibus. Segundo os israelenses, ele estava para realizar um atentado. O extremista afirmou que havia uma outra pessoa com ele. A polícia realizava buscas nas ruas da cidade.

Ação semelhante da polícia israelense deteve dois palestinos que carregavam explosivos em uma caminhonete em Tel Aviv.

Três escritórios palestinos foram fechados por Israel em Jerusalém, em mais uma punição a Arafat, acusado pelos israelenses de não combater o terrorismo.

Os atentados de ontem devem fortalecer ainda mais a posição em relação a Arafat do premiê israelense, Ariel Sharon, que se reúne hoje com o presidente dos EUA, George W. Bush.

Arafat, por sua vez, deve enfrentar ainda mais dificuldades por fracassar contra os extremistas. Os EUA afirmaram que não retomarão o diálogo com Arafat até que atenda uma série de exigências, de acordo com o diário israelense "Haaretz".

Os norte-americanos, afirma o jornal, exigem que Arafat rompa relações com o Irã e com o Hizbollah, prenda 33 militantes ligados ao terrorismo e desmantele a estrutura dos grupos extremistas Hamas e Jihad Islâmico.

O líder palestino deve também investigar e punir os responsáveis pelo navio carregado com 50 toneladas de armas interceptado por Israel no início de janeiro.

As exigências foram entregues pelo secretário de Estado dos EUA, Colin Powell, ao porta-voz do Parlamento palestino, Abu Ala. Os EUA não estariam negociando diretamente com o líder palestino desde que o enviado especial norte-americano ao Oriente Médio, Anthony Zinni, deixou a região em meados de janeiro. Porém, mais de uma vez, Powell entrou em contato com Arafat para exigir ações contra o terrorismo. Até agora os EUA não decidiram romper relações com Arafat.

Na reunião de hoje, Sharon deverá mais uma vez pedir o rompimento dos EUA com Arafat e afirmar a Bush que a presença do Irã no Líbano está crescendo e que o país está enviando armas e membros da guarda revolucionária iraniana para apoiar o Hizbollah. O Irã e o Líbano negam.

Será discutido ainda quem poderiam ser outros possíveis interlocutores palestinos. Israel vem mantendo contato com assessores diretos de Arafat, como Abu Mazen e Mohammed Rashid, além de Abu Ala e Jibril Rajoub, da área de segurança palestina.

Ao menos 834 palestinos e 252 israelenses morreram devido à violência na região desde a eclosão da nova Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense), em setembro de 2000.



  • Com agências internacionais

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