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12/02/2002
-
06h57
da Folha Online
O histórico julgamento contra Slobodan Milosevic começou hoje no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia (Holanda).
Acusado de crimes contra a humanidade e crimes de guerra nos conflitos de Croácia (1991-95), Bósnia (1992-95) e Kosovo (1998-99), Milosevic, que presidiu a Sérvia e depois a Iugoslávia de 1989 a 2000, deverá responder também pelo genocídio de pelo menos 200 mil mortos na guerra da Bósnia, a acusação mais grave dentro do TPI.
O ex-presidente, detido na penitenciária de Scheveningen desde 29 de junho de 2001, será o protagonista do primeiro grande julgamento do TPI, uma instituição criada em 1993 pelo Conselho de Segurança da ONU, que já prendeu 44 das 82 pessoas que compõem sua lista de acusados e terá agora a grande oportunidade de demonstrar sua imparcialidade e capacidade de fazer justiça.
Mas Milosevic não está disposto a facilitar a tarefa do TPI: o ex-presidente não reconhece a legitimidade do tribunal, considera-o um escravo a serviço dos interesses da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e dos Estados Unidos, e para isso abriu mão de um advogado defensor. Três letrados de ofício, os chamados "amici curiae" (amigos do tribunal) serão os encarregados de mediar a conversa entre a decidida promotora Carla del Ponte e Milosevic.
O ex-presidente, que já chamou as acusações que pesam contra ele de "panfletos políticos do nível mental de uma criança de sete anos", assegurou na semana passada em uma audiência prévia que não faltaria por nada neste mundo à batalha judicial que se aproxima.
Durante seu juízo, Milosevic não vai renunciar ao direito de recorrer a testemunhas, entre as que poderiam incluir, entre outros, o ex-presidente norte-americano, Bill Clinton, o ex-presidente geral da Otan, Javier Solana, o premiê do Reino Unido, Tony Blair e o presidente francês Jacques Chirac, segundo advogados próximos ao acusado.
Cerca de 300 pessoas, incluindo vítimas, irão testemunhar a partir de hoje. Em vários casos, os nomes das testemunhas só serão divulgados dez dias antes de sua participação.
"Temos que proteger um grande número de pessoas que estão sujeitas a sérias ameaças, ameaças de morte", disse Del Ponte. Segundo ela, o julgamento deverá levar "não menos que dois anos".
Público
A imprensa mundial, autoridades internacionais, advogados e ativistas dos direitos humanos de todo o mundo estão em Haia, na véspera do início do histórico julgamento de Slobodan Milosevic por crimes de guerra.
A previsão é que cerca de mil jornalistas lotem os corredores e as instalações preparadas para a mídia na sede do tribunal da ONU (Organização das Nações Unidas). Cerca de 140 pessoas vão assistir ao julgamento dentro do recinto do tribunal.
Com agências internacionais
Leia mais no especial sobre Slobodan Milosev
Começa julgamento de Milosevic, que pode durar dois anos
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O histórico julgamento contra Slobodan Milosevic começou hoje no Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia (Holanda).
Acusado de crimes contra a humanidade e crimes de guerra nos conflitos de Croácia (1991-95), Bósnia (1992-95) e Kosovo (1998-99), Milosevic, que presidiu a Sérvia e depois a Iugoslávia de 1989 a 2000, deverá responder também pelo genocídio de pelo menos 200 mil mortos na guerra da Bósnia, a acusação mais grave dentro do TPI.
Reuters - 30.out.2001 |
Slobodan Milosevic, ex-presidente da Iugoslávia |
Mas Milosevic não está disposto a facilitar a tarefa do TPI: o ex-presidente não reconhece a legitimidade do tribunal, considera-o um escravo a serviço dos interesses da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e dos Estados Unidos, e para isso abriu mão de um advogado defensor. Três letrados de ofício, os chamados "amici curiae" (amigos do tribunal) serão os encarregados de mediar a conversa entre a decidida promotora Carla del Ponte e Milosevic.
O ex-presidente, que já chamou as acusações que pesam contra ele de "panfletos políticos do nível mental de uma criança de sete anos", assegurou na semana passada em uma audiência prévia que não faltaria por nada neste mundo à batalha judicial que se aproxima.
Durante seu juízo, Milosevic não vai renunciar ao direito de recorrer a testemunhas, entre as que poderiam incluir, entre outros, o ex-presidente norte-americano, Bill Clinton, o ex-presidente geral da Otan, Javier Solana, o premiê do Reino Unido, Tony Blair e o presidente francês Jacques Chirac, segundo advogados próximos ao acusado.
Cerca de 300 pessoas, incluindo vítimas, irão testemunhar a partir de hoje. Em vários casos, os nomes das testemunhas só serão divulgados dez dias antes de sua participação.
"Temos que proteger um grande número de pessoas que estão sujeitas a sérias ameaças, ameaças de morte", disse Del Ponte. Segundo ela, o julgamento deverá levar "não menos que dois anos".
Público
A imprensa mundial, autoridades internacionais, advogados e ativistas dos direitos humanos de todo o mundo estão em Haia, na véspera do início do histórico julgamento de Slobodan Milosevic por crimes de guerra.
A previsão é que cerca de mil jornalistas lotem os corredores e as instalações preparadas para a mídia na sede do tribunal da ONU (Organização das Nações Unidas). Cerca de 140 pessoas vão assistir ao julgamento dentro do recinto do tribunal.
Leia mais no especial sobre Slobodan Milosev
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