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13/02/2002
-
17h26
da France Presse, em Haia (Holanda)
O presidente iugoslavo Slobodan Milosevic fez hoje sua primeira intervenção durante o julgamento, que começou ontem, atacando a legitimidade do TPI (Tribunal Penal Internacional) de Haia.
Confira abaixo um resumo das principais críticas feitas por Milosevic:
Legitimidade
Segundo Milosevic, o TPI, criado em 1993 pelo Conselho de Segurança da ONU para julgar os crimes de guerra cometidos na extinta Iugoslávia, foi contaminado por um vício inicial: o Conselho de Segurança não tinha competência para criar um tribunal internacional. Este poder pertence à Assembléia Geral da ONU ou a uma conferência internacional. O TPI "não tem competência pare me julgar", declarou Milosevic hoje.
Os juristas do TPI lembram que o Tribunal rejeitou os argumentos que negam sua legitimidade e que a jurisdição holandesa, diante da qual Milosevic entrou com o argumento de incompetência do TPI, rejeitou seu apelo e confirmou a legitimidade do tribunal. Vários comentaristas lembraram que Milosevic estava entre as pessoas que assinaram os acordos de Dayton (1995) que puseram fim à guerra da Bósnia. Uma cláusula dos acordos estipulava que as partes se comprometiam a assegurar seu inteiro apoio ao TPI.
Funcionamento do Tribunal
Milosevic afirma que é contra o princípio de separação dos poderes pelo qual um tribunal possa fixar seu próprio funcionamento. No TPI, nota-se que "não há um parlamento mundial", que poderia proceder às modificações de seu funcionamento, e que o tribunal só aplica o mandato do Conselho de Segurança.
Financiamento
O advogado francês Jacques Vergès, que representa os interesses de Milosevic na Corte Européia de Estrasburgo, considera anormal que uma parte do financiamento do TPI (14%) seja assegurado não pela ONU, mas por Estados ou particulares: "Estes doadores não são evidentemente amigos da Sérvia. Posso eu aceitar comparecer diante de um tribunal pago em parte por meus inimigos?", questionou. Borislav Milosevic, irmão do acusado, mencionou o megaespeculador americano Georges Soros entre seus contribuintes.
Imparcialidade do Tribunal
Sobre um plano mais político, a decisão da promotora Carla Del Ponte de não abrir inquérito sobre os problemas "colaterais" causados pelos bombardeios da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) contra a Sérvia, em 1999, despertou várias críticas.
Esta decisão lança uma "sombra importante" sobre a credibilidade do Tribunal, afirmou o presidente iugoslavo, Vojislav Kostunica. A promotora Del Ponte declarou que não dispõe de elementos suficientes para abrir um inquérito, mas que estava disposta a fazê-lo se tivesse elementos necessários.
De maneira mais geral, os nacionalistas sérvios insistem em dizer que o TPI aplicava "uma justiça seletiva" contra a Sérvia. O TPI destaca que sua ação se exerce em conjunto sobre crimes de guerra cometidos na extinta Iugoslávia, sem nenhuma distinção étnica.
Leia mais no especial sobre Slobodan Milosev
Slobodan Milosevic faz críticas ao tribunal de Haia
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O presidente iugoslavo Slobodan Milosevic fez hoje sua primeira intervenção durante o julgamento, que começou ontem, atacando a legitimidade do TPI (Tribunal Penal Internacional) de Haia.
Confira abaixo um resumo das principais críticas feitas por Milosevic:
Segundo Milosevic, o TPI, criado em 1993 pelo Conselho de Segurança da ONU para julgar os crimes de guerra cometidos na extinta Iugoslávia, foi contaminado por um vício inicial: o Conselho de Segurança não tinha competência para criar um tribunal internacional. Este poder pertence à Assembléia Geral da ONU ou a uma conferência internacional. O TPI "não tem competência pare me julgar", declarou Milosevic hoje.
Os juristas do TPI lembram que o Tribunal rejeitou os argumentos que negam sua legitimidade e que a jurisdição holandesa, diante da qual Milosevic entrou com o argumento de incompetência do TPI, rejeitou seu apelo e confirmou a legitimidade do tribunal. Vários comentaristas lembraram que Milosevic estava entre as pessoas que assinaram os acordos de Dayton (1995) que puseram fim à guerra da Bósnia. Uma cláusula dos acordos estipulava que as partes se comprometiam a assegurar seu inteiro apoio ao TPI.
Milosevic afirma que é contra o princípio de separação dos poderes pelo qual um tribunal possa fixar seu próprio funcionamento. No TPI, nota-se que "não há um parlamento mundial", que poderia proceder às modificações de seu funcionamento, e que o tribunal só aplica o mandato do Conselho de Segurança.
O advogado francês Jacques Vergès, que representa os interesses de Milosevic na Corte Européia de Estrasburgo, considera anormal que uma parte do financiamento do TPI (14%) seja assegurado não pela ONU, mas por Estados ou particulares: "Estes doadores não são evidentemente amigos da Sérvia. Posso eu aceitar comparecer diante de um tribunal pago em parte por meus inimigos?", questionou. Borislav Milosevic, irmão do acusado, mencionou o megaespeculador americano Georges Soros entre seus contribuintes.
Sobre um plano mais político, a decisão da promotora Carla Del Ponte de não abrir inquérito sobre os problemas "colaterais" causados pelos bombardeios da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) contra a Sérvia, em 1999, despertou várias críticas.
Esta decisão lança uma "sombra importante" sobre a credibilidade do Tribunal, afirmou o presidente iugoslavo, Vojislav Kostunica. A promotora Del Ponte declarou que não dispõe de elementos suficientes para abrir um inquérito, mas que estava disposta a fazê-lo se tivesse elementos necessários.
De maneira mais geral, os nacionalistas sérvios insistem em dizer que o TPI aplicava "uma justiça seletiva" contra a Sérvia. O TPI destaca que sua ação se exerce em conjunto sobre crimes de guerra cometidos na extinta Iugoslávia, sem nenhuma distinção étnica.
Leia mais no especial sobre Slobodan Milosev
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