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19/02/2002 - 18h05

Seis israelenses morrem em novo ataque palestino na Cisjordânia

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da France Presse, em Jerusalém

Seis israelenses morreram na noite de hoje (horário local) num ataque palestino a um posto militar israelense perto da aldeia de Eín Arik, a oeste da cidade autônoma palestina de Ramallah (Cisjordânia), segundo novo número divulgado por fontes militares israelenses.

De acordo com colonos judeus que assistiram à cena, os seis mortos possivelmente eram soldados.

Com isto, o número de vítimas desde o início da Intifada dia 28 de setembro de 2000 se eleva a 1.241 pessoas, das quais 944 eram palestinas e 275, israelenses.

Um grupo de palestinos armados ou um único terrorista teria tomado posição num prédio próximo, disparando contra o posto, fugindo em seguida para território palestino, segundo a rede pública de televisão israelense.

O grupo armado palestino Frente do Exército Popular-Batalhões do Retorno, ligado ao Fatah, movimento do líder da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, reivindicou em um comunicado a autoria do atentado.

Os disparos foram feitos provavelmente em resposta a um ataque aéreo israelense, que matou dois ativistas palestinos e feriu várias crianças hoje, aumentando para 15 o número de mortos na região, em uma das piores ondas de violência nos quase 17 meses de conflito.

O ataque com mísseis contra um escritório do movimento Hamas na faixa de Gaza, realizado depois de ataques aéreos em Gaza e na Cisjordânia durante a noite, elevou para 11 o número de palestinos mortos nas últimas 24 horas e provocou promessas de retaliação por parte do grupo.

"A resposta para o assassinato de crianças e civis não poderá nunca ser o silêncio", afirmou o líder político do Hamas, Mahmoud Al Zahar. "Esse novo crime não nos impedirá de continuar a lutar com o inimigo até que o expulsemos de nossa pátria."

Os ataques aconteceram depois que quatro israelenses morreram em atentados palestinos e acompanham o recrudescimento dos conflitos na semana passada.

A violência representa um novo golpe contra os esforços de paz liderados pelos EUA e aumentam a pressão sobre o primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, criticado pela direita e pela esquerda em seu país devido ao aumento no número de vítimas entre os israelenses.

Cada ataque palestino também abala a fé da comunidade internacional na capacidade do presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, impedido de sair de Ramallah por Israel, de controlar os ativistas.

Membros das forças de segurança palestinas afirmaram que um helicóptero israelense lançou ao menos um míssil contra um escritório do Hamas no campo de refugiados de Jabalya, no qual vivem 90 mil pessoas. Duas pessoas morreram no prédio.

O míssil atingiu seu alvo nas proximidades de uma escola quando alunos saíam e entravam do local. Uma menina de 9 anos de idade ficou gravemente ferida e cinco outros menores foram atingidos. Fontes de segurança palestinas haviam informado anteriormente que a estudante teria morrido, o que não aconteceu.

O Exército de Israel afirmou que o ataque era uma resposta a uma recente onda de "ataques terroristas homicidas".

Mortes

Segundo membros das forças de segurança palestinas, cinco palestinos foram mortos na faixa de Gaza durante a noite e dois em um ataque israelense nas proximidades de Nablus, na Cisjordânia. Ontem, um palestino explodiu a si mesmo perto de Jerusalém e um ativista morreu em um ataque contra um comboio israelense em Gaza.

O terrorista suicida matou um policial israelense ao detonar os explosivos colocados do lado do carro dele. No ataque contra o comboio, um colono judeu e dois soldados israelenses morreram.

"Minha intenção é atingir o mais duramente possível os grupos terroristas, esperando que um dia, possivelmente, tenhamos pessoas com quem possamos negociar", afirmou Sharon a seu partido, o Likud (direita), ontem.

Mas os grupos ativistas palestinos prometeram continuar com suas ações e políticos de direita intensificaram seus pedidos para que Israel adote medidas mais duras após a morte dos quatro israelenses ontem.

Segundo a Rádio do Exército de Israel, Sharon, Binyamin Ben-Eliezer, ministro da Defesa, e Shaul Mofaz, chefe de gabinete do Exército, haviam decidido intensificar as medidas de repressão.

Os esforços de paz encontram-se em um impasse. Israel parece distante de conseguir colocar fim ao levante ao mesmo tempo em que o sonho palestino de um Estado independente se desvanece.

Aviões israelenses atacaram alvos na Cisjordânia e na Faixa de Gaza durante a noite, destruindo instalações das forças de segurança em Ramallah e no campo de refugiados de Rafah.

Na cidade de Khan Younis, ao sul de Gaza, uma garota de 14 anos, uma mulher de 37 e um homem de 19 foram mortos quando disparos de tanque atingiram suas casas durante a noite.

Outros quatros palestinos foram mortos a tiros pelos soldados israelenses nas proximidades de um assentamento judaico e na entrada de um campo de refugiados de Nablus.

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