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25/02/2002
-
17h23
da Folha Online
O presidente colombiano, Andrés Pastrana, condenou hoje o sequestro da candidata à presidência Ingrid Betancourt e afirmou que pedirá o apoio da comunidade internacional e de todos os colombianos para lutar contra a prática do sequestro "até que não exista um só colombiano ou estrangeiro nas mãos dos criminosos e longe de seus parentes", afirmou. Ele disse que os rebeldes "sequestraram a democracia".
O presidente declarou que sequestrar membros do Congresso, uma candidata à presidência e reter centenas de colombianos equivale a sequestrar a democracia do país. "Está provado que, cada vez mais, as Farc querem demonstrar ao mundo sua postura antidemocrática, anticolombiana e terrorista", disse Pastrana.
"Agora os violentos voltam a atentar contra a democracia. Desta vez sequestraram nada menos que uma candidata à presidência -Ingrid Betancourt- e sua assessora, em um ato que condenamos com toda nossa força", disse Pastrana.
O presidente colombiano acrescentou que o mundo está refém da conduta e das ações dos rebeldes e exigiu a libertação de todos os seqüestrados.
A candidata foi sequestrada no sábado (23) pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), no departamento de Caquetá, sul do país, três dias depois de o presidente ter encerrado as negociações de paz com os rebeldes.
A porta-voz do partido Oxigênio Verde, Diana Rodríguez, confirmou a libertação do coordenador da campanha, Aldair Lamprea, do cinegrafista Mauricio Mesa e do fotógrafo francês Alain Keler, da revista "Marie Claire", que viajavam em companhia de Betancourt e Rojas.
Rodríguez disse que os libertados estão no batalhão "Liborio Mejía", na cidade de Florencia (700 km ao sul de Bogotá).
Ação do governo
Desde a suspensão do processo de paz, o governo colombiano tem feito uma ofensiva militar para retomar a antiga área desmilitarizada, de 42 mil km², cedida anteriormente aos rebeldes para coloborar com as negociações.
Segundo o presidente, o processo de paz entre a guerrilha marxista e o governo estava encerrado após o sequestro de um avião que levava o senador Eduardo Gechen, há uma semana.
Até agora, três dos cinco municípios da zona já estão sob controle: Vista Hermosa, Mesetas e San Vicente de Caguán. Ainda falta recuperar La Uribe e La Macarena, o que pode acontecer nos próximos dias, afirma o Exército.
San Vicente de Caguán, cidade de 20 mil habitantes, está em situação grave, sem água e sem luz. A comunicação é feita por meio de telefones via satélite.
Troca
Os guerrilheiros das Farc querem trocar Ingrid Betancourt, 40, e outros cinco legisladores que mantêm em cativeiro por dezenas de rebeldes presos na Colômbia, revelou ontem uma fonte do governo que pediu anonimato.
Segundo a fonte, a exigência faz parte de um documento enviado por um dos líderes das Farc Joaquín Gómez à sede da Polícia Nacional em Bogotá, cuja autenticidade está sendo verificada.
"O documento exige que o Congresso e o governo aprovem, no prazo de um ano, uma lei de troca de prisioneiros", disse a fonte.
Outra fonte governamental confirmou que o governo trabalha com a hipótese de que o sequestro de Betancourt faz parte de um plano da guerrilha para forçar a aprovação da lei de troca de prisioneiros.
Além de Betancourt, as Farc mantêm em cativeiro os congressistas liberais (oposição) Consuelo González, Orlando Beltrán, Luis Eladio Pérez e Eduardo Gechen, além do conservador (governo) Oscar Lizcano.
Ontem, ao anunciar o desaparecimento da candidata, o governo colombiano destacou que advertiu reiteradamenre a candidata que não existiam condições de segurança para a realização da viagem até a antiga zona desmilitarizada.
Betancourt, que tem menos de 2% das intenções de voto, havia pedido às autoridades um helicóptero para chegar a San Vicente del Caguán, mas não foi atendida e decidiu viajar em uma caminhonete, sem escolta.
Filha de diplomatas de uma tradicional família de políticos colombianos, a ex-senadora Betancourt concordou com a decisão do presidente colombiano, Andrés Pastrana, de romper o diálogo de paz e ordenar o fim da zona desmilitarizada.
Antes de ser eleita senadora, Ingrid ficou conhecida por denunciar que o Cartel de Cáli havia pratrocinado a campanha eleitoral do então presidente Ernesto Samper.
Nos últimos meses, ela lançou o livro "Até que a morte nos separe: a minha luta para redimir a Colômbia", cujo tema central é o mesmo de sua campanha eleitoral: a corrupção política em seu país.
O ministro do Interior da Colômbia, Armando Villa Estrada, qualificou de lamentável o sequestro de Betancourt.
"Isso é lamentável e nós pedimos para aqueles que podem estar com Ingrid Betancourt que respeitem sua vida e a liberem rapidamente", disse Estrada.
O ministro declarou ainda que Betancourt deve ser liberada para poder continuar com seu "trabalho na campanha política que tenta levá-la à Presidência".
Com informações das agências internacionais
Leia mais no especial Colômbia
Pastrana critica as Farc e diz que democracia foi sequestrada
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O presidente colombiano, Andrés Pastrana, condenou hoje o sequestro da candidata à presidência Ingrid Betancourt e afirmou que pedirá o apoio da comunidade internacional e de todos os colombianos para lutar contra a prática do sequestro "até que não exista um só colombiano ou estrangeiro nas mãos dos criminosos e longe de seus parentes", afirmou. Ele disse que os rebeldes "sequestraram a democracia".
Reuters |
![]() |
Ingrid Betancourt, candidata à Presidência da Colômbia |
"Agora os violentos voltam a atentar contra a democracia. Desta vez sequestraram nada menos que uma candidata à presidência -Ingrid Betancourt- e sua assessora, em um ato que condenamos com toda nossa força", disse Pastrana.
O presidente colombiano acrescentou que o mundo está refém da conduta e das ações dos rebeldes e exigiu a libertação de todos os seqüestrados.
A candidata foi sequestrada no sábado (23) pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), no departamento de Caquetá, sul do país, três dias depois de o presidente ter encerrado as negociações de paz com os rebeldes.
A porta-voz do partido Oxigênio Verde, Diana Rodríguez, confirmou a libertação do coordenador da campanha, Aldair Lamprea, do cinegrafista Mauricio Mesa e do fotógrafo francês Alain Keler, da revista "Marie Claire", que viajavam em companhia de Betancourt e Rojas.
Rodríguez disse que os libertados estão no batalhão "Liborio Mejía", na cidade de Florencia (700 km ao sul de Bogotá).
Ação do governo
Desde a suspensão do processo de paz, o governo colombiano tem feito uma ofensiva militar para retomar a antiga área desmilitarizada, de 42 mil km², cedida anteriormente aos rebeldes para coloborar com as negociações.
Segundo o presidente, o processo de paz entre a guerrilha marxista e o governo estava encerrado após o sequestro de um avião que levava o senador Eduardo Gechen, há uma semana.
Até agora, três dos cinco municípios da zona já estão sob controle: Vista Hermosa, Mesetas e San Vicente de Caguán. Ainda falta recuperar La Uribe e La Macarena, o que pode acontecer nos próximos dias, afirma o Exército.
San Vicente de Caguán, cidade de 20 mil habitantes, está em situação grave, sem água e sem luz. A comunicação é feita por meio de telefones via satélite.
Troca
Os guerrilheiros das Farc querem trocar Ingrid Betancourt, 40, e outros cinco legisladores que mantêm em cativeiro por dezenas de rebeldes presos na Colômbia, revelou ontem uma fonte do governo que pediu anonimato.
Segundo a fonte, a exigência faz parte de um documento enviado por um dos líderes das Farc Joaquín Gómez à sede da Polícia Nacional em Bogotá, cuja autenticidade está sendo verificada.
"O documento exige que o Congresso e o governo aprovem, no prazo de um ano, uma lei de troca de prisioneiros", disse a fonte.
Outra fonte governamental confirmou que o governo trabalha com a hipótese de que o sequestro de Betancourt faz parte de um plano da guerrilha para forçar a aprovação da lei de troca de prisioneiros.
Além de Betancourt, as Farc mantêm em cativeiro os congressistas liberais (oposição) Consuelo González, Orlando Beltrán, Luis Eladio Pérez e Eduardo Gechen, além do conservador (governo) Oscar Lizcano.
Ontem, ao anunciar o desaparecimento da candidata, o governo colombiano destacou que advertiu reiteradamenre a candidata que não existiam condições de segurança para a realização da viagem até a antiga zona desmilitarizada.
Betancourt, que tem menos de 2% das intenções de voto, havia pedido às autoridades um helicóptero para chegar a San Vicente del Caguán, mas não foi atendida e decidiu viajar em uma caminhonete, sem escolta.
Filha de diplomatas de uma tradicional família de políticos colombianos, a ex-senadora Betancourt concordou com a decisão do presidente colombiano, Andrés Pastrana, de romper o diálogo de paz e ordenar o fim da zona desmilitarizada.
Antes de ser eleita senadora, Ingrid ficou conhecida por denunciar que o Cartel de Cáli havia pratrocinado a campanha eleitoral do então presidente Ernesto Samper.
Nos últimos meses, ela lançou o livro "Até que a morte nos separe: a minha luta para redimir a Colômbia", cujo tema central é o mesmo de sua campanha eleitoral: a corrupção política em seu país.
O ministro do Interior da Colômbia, Armando Villa Estrada, qualificou de lamentável o sequestro de Betancourt.
"Isso é lamentável e nós pedimos para aqueles que podem estar com Ingrid Betancourt que respeitem sua vida e a liberem rapidamente", disse Estrada.
O ministro declarou ainda que Betancourt deve ser liberada para poder continuar com seu "trabalho na campanha política que tenta levá-la à Presidência".
Com informações das agências internacionais
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