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26/02/2002 - 22h03

Tráfico de drogas pela internet expõe menores ao vício

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da France Presse, em Viena

Crianças e adolescentes correm o risco de cair no vício das drogas devido ao grande aumento do tráfico através da internet, alertou hoje o órgão das Nações Unidas responsável pelo assunto.

"Se considerarmos que a rede mundial de computadores escapa de qualquer jurisdição, algo tem que ser feito para proteger os mais vulneráveis na comunidade mundial", afirmou Hamid Ghodse, presidente da Junta Internacional de Fiscalização de Entorpecentes (Jife).

De acordo com o relatório de 2001 da Jife, apresentado na sede do órgão, em Viena, o tráfico de drogas cresceu extraordinariamente na internet, onde traficantes utilizam os foros de discussão e as farmácias virtuais para vender drogas e remédios que só podem ser obtidos mediante a apresentação de receita médica. "É possível encontrar na rede informações sobre como fabricar drogas artesanalmente, e diferentes maneiras de enganar os 'cibercontroles' da polícia", explicou Ghodse.

Ainda segundo a Jife, as autoridades tchecas informaram que, em seu país, o tráfico de drogas é realizado com uma frequência cada vez maior nos cibercafés ou através de telefones celulares, enquanto na Holanda a rede é usada para vender folhas de maconha para o mundo inteiro.

O secretário da Jife, Herbert Schaepe, informou que existe uma farmácia com sede na Tailândia que vende psicotrópicos pela internet. No Reino Unido, várias páginas da web vendem maconha, heroína, ecstasy e cocaína, segundo o relatório. Ao mesmo tempo, a rede serve para os traficantes lavarem o dinheiro do tráfico de drogas, graças aos bancos virtuais, afirma o órgão da ONU.

Em Hong Kong, é cada vez mais difícil investigar as redes de lavagem de dinheiro, devido ao aperfeiçoamento do comércio eletrônico, indica o texto. Uma investigação conjunta entre Colômbia e Estados Unidos mostrou que alguns traficantes criaram foros de discussão virtuais protegidos por sistemas que os tornam invioláveis, enquanto outros anunciam a entrega das drogas através de mensagens criptografadas.

"As consequências dessa evolução são alarmantes. Crianças e adolescentes correm o risco de cair na criminalidade, vítimas da desinformação, da propaganda e da lavagem cerebral realizada por indivíduos virtuais cujo único objetivo é tirar proveito dos consumidores, cada vez mais numerosos", estima a Jife.

"Como na internet o modo de abordar as pessoas é virtual, os sinais que poderiam impedir que os jovens caíssem na criminalidade não são tão claros", estimou Ghodse. Ele alertou os governos sobre políticas "errôneas", que consistiriam em "enfrentar um único aspecto do problema, como por exemplo a redução da oferta, em detrimento da redução da demanda ou da lavagem de dinheiro".

O presidente da Jife também disse ser necessário alertar os pais sobre os riscos a que seus filhos estão expostos quando navegam pela internet.
 

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