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Chade acusa Sudão de fazer "limpeza étnica em Darfur"
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da Efe, em Nova York
O ministro das Relações Exteriores do Chade, Ahmad Allam Mi, acusou nesta terça-feira o Sudão de fazer "uma limpeza étnica" em Darfur que desestabilizou toda essa região da África.
Allam Mi afirmou que seu país recebeu cerca de dez mil refugiados adicionais de Darfur nas últimas semanas por causa da recente ofensiva do Exército sudanês contra povoações civis próximas à fronteira.
"O Sudão realiza uma limpeza étnica em Darfur, mas não quer admitir", disse o ministro em entrevista coletiva posterior à sua reunião com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
O responsável da diplomacia chadiana disse esperar que a força militar da União Européia (UE) que deve ser enviada em março a seu país e à vizinha República Centro-Africana ajude a "dissuadir o Sudão de enviar mais refugiados".
O contingente de 4.300 soldados tem como missão proteger os centenas de milhares de refugiados de Darfur agrupados no leste desses dois países e facilitar o trabalho humanitário das Nações Unidas e das ONGs no terreno.
Allam Mi afirmou que as ondas de refugiados e a ofensiva de rebeldes chadianos que no início de fevereiro quase tomou Ndjamena fazem parte de uma estratégia de Cartum para desestabilizar seu país.
"O Sudão faz o que lhe dá vontade dentro de suas fronteiras e agora permite que o conflito e a desestabilização transbordem por toda a região", declarou.
O governo chadiano culpa o Sudão de criar e alimentar o movimento rebelde que desde 2003 tenta derrubar o presidente Idriss Déby.
O ministro chadiano disse que seu governo "tentará lançar tanta luz quanto for possível" sobre a situação de dois líderes opositores cujo desaparecimento foi denunciado pela UE.
O chadiano disse que um deles, Ngarlejy Yorongar, se encontra com vida em Ndjamena e espera-se que em breve dê declarações públicas sobre sua situação.
Quanto ao outro, Ibni Oumar Mahamat Saleh, não forneceu outros detalhes sobre seu paradeiro.
Allam Mi negou que as autoridades estivessem por trás de seu desaparecimento e lembrou que a ofensiva rebelde deixou a capital chadiana "na anarquia", por isso muitas pessoas fugiram e outras "puderam aproveitar para ajustar contas pessoais".
Segundo ele, o governo "não tem nada a esconder" em matéria de direitos humanos, pelo que convidou a comunidade internacional a participar de uma comissão recém-criada para investigar este tipo de casos.
Ao mesmo tempo, confirmou que Ndjamena mantém conversas secretas com membros dissidentes dos grupos rebeldes que "responderam à mão estendida do presidente".
"O Chade não conseguirá se defender das agressões externas se não alcançar a união nacional, e isso é o que o Sudão tenta evitar", acrescentou.
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