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01/03/2002
-
11h13
da France Presse, em Riad (Arábia Saudita)
A maioria dos países árabes expressou apoio à iniciativa de paz saudita, ao mesmo tempo em que a pressão internacional sobre Israel se acentua, assim como a violência nos territórios palestinos.
Com o processo de paz em ponto morto, sem perspectivas políticas, a oferta saudita vai tomando a forma de uma nova dinâmica, que suscita um interesse árabe e internacional crescente, a menos de um mês da reunião de cúpula árabe em Beirute.
Durante o evento no Líbano, o príncipe-herdeiro saudita, Abdullah bin Abdel Aziz, pensa em apresentar oficialmente sua iniciativa, com a esperança de que ela se torne em breve um plano adotado por todos os países árabes.
A pressão internacional aumenta sobre Israel, que continua hoje o ataque militar lançado ontem contra dois campos de refugiados, durante o qual 14 palestinos e um militar israelense morreram.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu ontem que as forças israelenses se retirassem "imediatamente" dos campos de refugiados e considerou um cessar-fogo "hoje ainda mais necessário do que nunca", convidando as duas partes a reiniciar as "negociações políticas".
Os Estados Unidos, acusados pelos países árabes de incentivar Israel a continuar as agressões contra os palestinos, convocaram ontem o governo israelense a dar provas de "maior moderação" durante a intervenção no campo de refugiados palestinos de Balata, perto de Nablus.
O chefe da diplomacia alemã, Joschka Fisher, convocou "Israel e os palestinos a pôr fim à violência, sem demora", afirmando que o governo alemão está "profundamente preocupado com o recente aumento da violência nos territórios palestinos".
No mundo árabe, a Síria, país-chave no Oriente Médio, é a única nação que ainda não reagiu à oferta de paz saudita. As seis monarquias do golfo Pérsico, Egito, Jordânia e os palestinos declararam apoiar a iniciativa do príncipe Abdullah.
O presidente americano, George W.Bush, "elogiou" as propostas. Os EUA enviaram a Riad o secretário-adjunto de Estado responsável pelo Oriente Médio, William Burns, para se reunir com o príncipe-herdeiro, que dirige de fato o reino saudita.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, mostrou-se pessimista em relação às possibilidades reais de sucesso da oferta saudita, expressando "dúvidas" sobre a vontade israelense de se retirar dos territórios ocupados desde 1967. Egito e Jordânia foram os únicos países que assinaram tratados de paz com Israel e abriram embaixadas em Tel Aviv.
A iniciativa do príncipe Abdullah recebeu um novo impulso ontem, quando os países árabes do golfo Pérsico se pronunciaram coletivamente em favor de um Estado de Israel "seguro e plenamente reconhecido", em troca de um Estado palestino viável nos territórios ocupados por Israel em 1967.
A proposta saudita foi assumida oficialmente pelos países que integram o CCG (Conselho de Cooperação do Golfo) -Arábia Saudita, Kuait, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Barein e Omã-, que se reuniu em Granada, na Espanha, onde foi realizada uma reunião de cúpula entre União Européia e CCG.
Os dois grupos regionais pediram a Israel que permita que o líder palestino Iasser Arafat, bloqueado em Ramallah, na Cisjordânia, desde o início de dezembro, viaje para a reunião de cúpula da Liga Árabe, marcada para o fim de março, em Beirute. Para o CCG, a presença de Arafat no evento "será um sinal claro da vontade israelense de fazer a paz com os árabes".
A iniciativa saudita sugere essencialmente que Israel retome as fronteiras anteriores a junho de 1967 e se retire de Cisjordânia, faixa de Gaza, Jerusalém Oriental e colinas do Golã. Em troca, todos os países árabes que não têm ligações com Israel se comprometeriam a estabelecer relações diplomáticas com o governo isaelense.
Leia mais no especial Oriente Médio
Maioria dos países árabes apóia iniciativa de paz saudita
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A maioria dos países árabes expressou apoio à iniciativa de paz saudita, ao mesmo tempo em que a pressão internacional sobre Israel se acentua, assim como a violência nos territórios palestinos.
Com o processo de paz em ponto morto, sem perspectivas políticas, a oferta saudita vai tomando a forma de uma nova dinâmica, que suscita um interesse árabe e internacional crescente, a menos de um mês da reunião de cúpula árabe em Beirute.
Durante o evento no Líbano, o príncipe-herdeiro saudita, Abdullah bin Abdel Aziz, pensa em apresentar oficialmente sua iniciativa, com a esperança de que ela se torne em breve um plano adotado por todos os países árabes.
A pressão internacional aumenta sobre Israel, que continua hoje o ataque militar lançado ontem contra dois campos de refugiados, durante o qual 14 palestinos e um militar israelense morreram.
O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu ontem que as forças israelenses se retirassem "imediatamente" dos campos de refugiados e considerou um cessar-fogo "hoje ainda mais necessário do que nunca", convidando as duas partes a reiniciar as "negociações políticas".
Os Estados Unidos, acusados pelos países árabes de incentivar Israel a continuar as agressões contra os palestinos, convocaram ontem o governo israelense a dar provas de "maior moderação" durante a intervenção no campo de refugiados palestinos de Balata, perto de Nablus.
O chefe da diplomacia alemã, Joschka Fisher, convocou "Israel e os palestinos a pôr fim à violência, sem demora", afirmando que o governo alemão está "profundamente preocupado com o recente aumento da violência nos territórios palestinos".
Reuters - 7.jun.2001 |
O príncipe-herdeiro Abdullah, governante de fato da Arábia Saudita |
O presidente americano, George W.Bush, "elogiou" as propostas. Os EUA enviaram a Riad o secretário-adjunto de Estado responsável pelo Oriente Médio, William Burns, para se reunir com o príncipe-herdeiro, que dirige de fato o reino saudita.
O presidente do Egito, Hosni Mubarak, mostrou-se pessimista em relação às possibilidades reais de sucesso da oferta saudita, expressando "dúvidas" sobre a vontade israelense de se retirar dos territórios ocupados desde 1967. Egito e Jordânia foram os únicos países que assinaram tratados de paz com Israel e abriram embaixadas em Tel Aviv.
A iniciativa do príncipe Abdullah recebeu um novo impulso ontem, quando os países árabes do golfo Pérsico se pronunciaram coletivamente em favor de um Estado de Israel "seguro e plenamente reconhecido", em troca de um Estado palestino viável nos territórios ocupados por Israel em 1967.
A proposta saudita foi assumida oficialmente pelos países que integram o CCG (Conselho de Cooperação do Golfo) -Arábia Saudita, Kuait, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Barein e Omã-, que se reuniu em Granada, na Espanha, onde foi realizada uma reunião de cúpula entre União Européia e CCG.
Os dois grupos regionais pediram a Israel que permita que o líder palestino Iasser Arafat, bloqueado em Ramallah, na Cisjordânia, desde o início de dezembro, viaje para a reunião de cúpula da Liga Árabe, marcada para o fim de março, em Beirute. Para o CCG, a presença de Arafat no evento "será um sinal claro da vontade israelense de fazer a paz com os árabes".
A iniciativa saudita sugere essencialmente que Israel retome as fronteiras anteriores a junho de 1967 e se retire de Cisjordânia, faixa de Gaza, Jerusalém Oriental e colinas do Golã. Em troca, todos os países árabes que não têm ligações com Israel se comprometeriam a estabelecer relações diplomáticas com o governo isaelense.
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