Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
04/03/2002 - 03h08

Franco-atirador mata dez israelenses

Publicidade

da Folha de S.Paulo

Um franco-atirador palestino matou na manhã de ontem dez israelenses, sete deles soldados, em um posto de vigilância na Cisjordânia. O ataque aconteceu apenas 12 horas depois que um homem-bomba de 18 anos deixou nove mortos no centro de Jerusalém.

Além dessas ofensivas, dois israelenses foram assassinados na faixa de Gaza e na Cisjordânia, elevando o número de mortos para 21. Essa foi uma das piores baixas sofridas por Israel desde setembro de 2000, quando começou a Intifada (levante palestino contra a ocupação israelense).

De acordo com o Exército de Israel, o franco-atirador abriu fogo de uma colina próxima ao posto de vigilância da colônia de Ofra. Três das vítimas eram colonos judeus. "Ficamos impressionados com a calma do atirador", disse Ronny Sagi, colono de Ofra que testemunhou os disparos.

Outros quatro ataques foram reivindicados pela Brigada de Mártires Al Aqsa, ligada ao Fatah (grupo político de Iasser Arafat). As ações da Al Aqsa seriam uma resposta ao ataque de Israel a dois campos de refugiados da Cisjordânia, na semana passada, que matou mais de 30 palestinos.

O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, defendeu ontem ações mais drásticas contra a Autoridade Nacional Palestina.

Em retaliação aos ataques de ontem, as forças de Israel atacaram zonas de segurança palestinas situadas na Cisjordânia, uma delas muito próxima à base de Arafat, em Ramallah. Quatro palestinos morreram na operação, que mobilizou helicópteros e tanques. No campo de refugiados de Rafah (Gaza), dois palestinos foram mortos. No final de semana, 12 palestinos morreram.

Além disso, o Exército israelense dividiu a faixa de Gaza em três setores isolados, bloqueando as principais estradas da região. A operação, adotada várias vezes por Israel, deixa Gaza completamente isolada.

Sharon passou todo o domingo reunido com o seu conselho de ministros. Nessa reunião ficou decidido que o governo de Israel não aceitará a proposta da Arábia Saudita de reatar as negociações de paz com os palestinos.

"O plano apresentado pela Arábia Saudita põe em perigo a segurança de Israel", declarou o porta-voz de Sharon, Raanan Gissin.

O plano saudita era bem-visto pela comunidade internacional e previa o pleno reconhecimento do Estado de Israel pelo mundo árabe, contanto que os israelenses se retirassem das zonas ocupadas na faixa de Gaza e na Cisjordânia desde a guerra de 1967.

"Toda resolução que proponha uma retirada israelense de nossas fronteiras demarcadas em 1967 tornará qualquer negociação supérflua", disse o secretário de governo de Israel, Guideon Saar.

Eleito há 13 meses com a promessa de tornar Israel "um lugar seguro para os seus cidadãos", Sharon começa a perder popularidade depois da sucessão de ataques palestinos. Pressionado por forças de direita, que exigem uma "linha dura" do governo, e pelos setores de esquerda, favoráveis a negociações de paz, Sharon está sendo criticado dentro e fora de sua coalizão por perda de coerência política e militar.

Quando ordenou o ataque aos campos de refugiados de Balata e Jenin, na semana passada, Sharon disse que queria mostrar aos militantes palestinos que eles não teriam onde se esconder.

Diante da ofensiva palestina, analistas políticos punham em dúvida a eficácia dos planos de Sharon. Enquanto isso, países árabes se movimentam. O premiê da Jordânia, Ali Abul Ragheb, visita hoje a Síria para conversar sobre a situação dos territórios palestinos. A Jordânia pretende "coordenar as posições dos dois países em relação aos acontecimentos na região", segundo comunicado oficial. Ontem, líderes da Síria e do Líbano se reuniram.

Leia mais no especial Oriente Médio
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página