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12/03/2002 - 21h51

Israel faz maior ação em territórios palestinos desde 67

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da Folha de S.Paulo

Mais de cem tanques israelenses ocuparam nesta terça as ruas de Ramallah e campos de refugiados palestinos na Cisjordânia e na faixa de Gaza, na maior operação militar na região desde que Israel ocupou esses territórios na guerra de 1967. Pelo menos 30 palestinos foram mortos.

No norte de Israel, dois atiradores disfarçados de soldados israelenses mataram seis pessoas e feriram outras seis numa estrada perto da fronteira com o Líbano. Os dois foram mortos pelas forças de segurança israelenses.

Não estava claro se os atiradores eram palestinos ou membros do grupo extremista libanês Hizbollah. A polícia disse acreditar que eram libaneses, enquanto o Exército disse não haver nenhuma evidência de infiltração na fronteira.

A ofensiva israelense acontece às vésperas da chegada do enviado americano, Anthony Zinni, que tenta conter a violência na região. Israel começou a intensificar suas operações militares contra os palestinos há duas semanas, após uma série de ataques suicidas contra civis israelenses. Zinni deve chegar na quinta-feira à região, no momento de maior intensidade da Intifada (levante palestino), iniciada há 17 meses. Suas duas missões anteriores fracassaram.

Segundo o Exército de Israel, a operação desta terça envolveu a maioria dos soldados da ativa e muitos reservistas, deslocados para a Cisjordânia e para a faixa de Gaza. Cerca de 20 mil homens teriam participado da ação.

Dois ministros israelenses de coalizão de extrema-direita renunciaram nesta terça, dizendo que as ações do primeiro-ministro Ariel Sharon contra os palestinos não são suficientemente fortes.

Na mais dura batalha de nesta terça, mais de 20 tanques de Israel entraram no campo de refugiados de Jabalya, ao norte da cidade de Gaza. O campo, que abriga cerca de 100 mil pessoas, ficou às escuras após os soldados destruírem um transformador.

Pelo menos 18 palestinos foram mortos e outros 75 ficaram feridos durante tiroteios com soldados israelenses. O Exército destruiu três edifícios, os quais acusou de servirem para a fabricação de armas. Os palestinos negaram.

O porta-voz do governo israelense Dore Gold disse que o Exército estava sendo moderado e não estava usando "sua força total e sua Força Aérea contra os campos de refugiados".

Um dos líderes do grupo extremista palestino Hamas, Abdel Aziz Rantisi, prometeu vingança. "Nós não temos opção senão matar o ocupante, matá-lo em qualquer lugar", disse.

Os tanques de Israel também tomaram controle da cidade de Ramallah, a principal dos territórios ocupados, e do campo de refugiados adjacente de Amari, onde fortes confrontos armados aconteceram durante a madrugada. Cinco palestinos, incluindo dois policiais, dois guardas desarmados do prédio do Legislativo local e um motorista de táxi foram mortos pelos israelenses. Um soldado israelense também foi morto.

Palestinos mataram um outro palestino, acusado de colaborar com Israel, e o penduraram pelos pés em poste no centro da cidade.

Por meio de alto-falantes, os soldados ordenaram aos homens entre 16 e 40 anos que deixassem suas casas e se apresentassem às forças israelenses. As estações de TV locais pediram aos palestinos que não cumprissem a ordem.

A entrada das tropas israelenses em Ramallah aconteceu apenas um dia após Sharon ter anunciado que estava levantando o confinamento de três meses de Arafat na cidade e permitindo que ele se movimentasse entre a Cisjordânia e a faixa de Gaza.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu que Israel encerre a "ocupação ilegal" e que os palestinos acabem com atos terroristas "moralmente repugnantes".

Ao menos 1.054 palestinos e 340 israelenses morreram na Intifada.

Com agências internacionais

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