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14/03/2002
-
07h09
da Folha Online
Vinte e cinco norte-coreanos invadiram hoje a embaixada espanhola em Pequim com a intenção de solicitar o estatuto de refugiados, segundo informações de testemunhas.
O grupo invadiu à força o prédio do bairro de Sanlitun, pouco antes das 10h locais (23h de ontem, horário de Brasília).
Por meio de um comunicado, o grupo de refugiados expressou sua pretensão de "obter sobretudo o estatuto de refugiado político".
Compõem o grupo seis famílias e duas garotas órfãs. Todos abandonaram a Coréia do Norte "em busca de comida e fugindo da opressão", segundo o comunicado.
A maior parte dos membros deste grupo não são candidatos novatos à emigração através da China, embora das outras vezes o governo de Pequim os tenha devolvido a seu país.
"Se nos obrigarem a voltar à Coréia do Norte porão em grave perigo nossas vidas", disseram no comunicado.
Os refugiados, 13 homens e 12 mulheres com idades entre 14 e 52 anos, disseram que estão dispostos a permanecer na embaixada espanhola "até que seja outorgado a cada um deles o estatuto de refugiado político".
A embaixada espanhola não fez nenhum comentário, mas um diplomata dinamarquês que estava no local quando chegou o grupo de coreanos disse que durante alguns minutos foram ouvidos gritos em coreano e espanhol, embora não tenha se percebido o menor ato de violência.
A polícia chinesa reforçou a segurança nas proximidades da embaixada, e isolou a rua do prédio, onde "ocorreu um incidente", segundo um policial.
A China apóia o regime norte-coreano, e recebe reiteradas críticas dos organismos defensores dos direitos humanos por ter repatriado nos últimos anos milhares de norte-coreanos que fogem da fome e das perseguições em seu país.
Um encarregado do serviço consular da embiaxada sul-coreana em Pequim reconheceu que a embaixada espanhola lhes havia enviado informações sobre a chegada do grupo. "Estamos estudando a situação", disse, acrescentando que a embaixada de seu país vai tratar de estabelecer contato com os refugiados o mais rápido possível.
Embora a China tenha assinado a Convenção de Genebra em 1951 sobre direito de asilo, pode repatriar à força os norte-coreanos por estimar que são refugiados econômicos e não políticos.
Organismos sul-coreanos não governamentais calculam entre 200 mil e 300 mil o número de norte-coreanos refugiados nos últimos anos no nordeste da China, onde recebem ajuda de organizações de caridades locais ou sul-coreanas.
Cuba
No dia 27 de fevereiro, centenas de cubanos tentaram invadir a embaixada mexicana em Havana. Alguns deles chegaram a tomar um ônibus e o jogaram em alta velocidade contra os portões do prédio. Segundo a embaixada, 21 pessoas conseguiram entrar, em incidente que obrigou o ditador cubano, Fidel Castro, a ir ao local. Até o fechamento desta edição, o impasse permanecia.
Tudo começou quando boatos de que o México estava oferecendo asilo aos cubanos circularam pela capital.
O incidente na embaixada mexicana é o quinto episódio desse tipo em Cuba desde 1980. Naquele ano, Fidel facilitou aos cubanos a procura por exílio -cerca de 125 mil pessoas saíram de Mariel em balsas e aportaram nos EUA.
Em abril de 1980, seis pessoas forçaram a entrada da embaixada peruana. Dez anos depois, 50 pessoas entraram nas embaixadas de Espanha, Tchecoslováquia, Bélgica, Itália e Suíça. Em 1993, 11 pessoas entraram na embaixada mexicana. Cerca de 150 invadiram, no ano seguinte, missões de Bélgica, Alemanha e Chile.
Norte-coreanos invadem embaixada espanhola em Pequim
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Vinte e cinco norte-coreanos invadiram hoje a embaixada espanhola em Pequim com a intenção de solicitar o estatuto de refugiados, segundo informações de testemunhas.
O grupo invadiu à força o prédio do bairro de Sanlitun, pouco antes das 10h locais (23h de ontem, horário de Brasília).
Por meio de um comunicado, o grupo de refugiados expressou sua pretensão de "obter sobretudo o estatuto de refugiado político".
Compõem o grupo seis famílias e duas garotas órfãs. Todos abandonaram a Coréia do Norte "em busca de comida e fugindo da opressão", segundo o comunicado.
A maior parte dos membros deste grupo não são candidatos novatos à emigração através da China, embora das outras vezes o governo de Pequim os tenha devolvido a seu país.
"Se nos obrigarem a voltar à Coréia do Norte porão em grave perigo nossas vidas", disseram no comunicado.
Os refugiados, 13 homens e 12 mulheres com idades entre 14 e 52 anos, disseram que estão dispostos a permanecer na embaixada espanhola "até que seja outorgado a cada um deles o estatuto de refugiado político".
A embaixada espanhola não fez nenhum comentário, mas um diplomata dinamarquês que estava no local quando chegou o grupo de coreanos disse que durante alguns minutos foram ouvidos gritos em coreano e espanhol, embora não tenha se percebido o menor ato de violência.
A polícia chinesa reforçou a segurança nas proximidades da embaixada, e isolou a rua do prédio, onde "ocorreu um incidente", segundo um policial.
A China apóia o regime norte-coreano, e recebe reiteradas críticas dos organismos defensores dos direitos humanos por ter repatriado nos últimos anos milhares de norte-coreanos que fogem da fome e das perseguições em seu país.
Um encarregado do serviço consular da embiaxada sul-coreana em Pequim reconheceu que a embaixada espanhola lhes havia enviado informações sobre a chegada do grupo. "Estamos estudando a situação", disse, acrescentando que a embaixada de seu país vai tratar de estabelecer contato com os refugiados o mais rápido possível.
Embora a China tenha assinado a Convenção de Genebra em 1951 sobre direito de asilo, pode repatriar à força os norte-coreanos por estimar que são refugiados econômicos e não políticos.
Organismos sul-coreanos não governamentais calculam entre 200 mil e 300 mil o número de norte-coreanos refugiados nos últimos anos no nordeste da China, onde recebem ajuda de organizações de caridades locais ou sul-coreanas.
Cuba
No dia 27 de fevereiro, centenas de cubanos tentaram invadir a embaixada mexicana em Havana. Alguns deles chegaram a tomar um ônibus e o jogaram em alta velocidade contra os portões do prédio. Segundo a embaixada, 21 pessoas conseguiram entrar, em incidente que obrigou o ditador cubano, Fidel Castro, a ir ao local. Até o fechamento desta edição, o impasse permanecia.
Tudo começou quando boatos de que o México estava oferecendo asilo aos cubanos circularam pela capital.
O incidente na embaixada mexicana é o quinto episódio desse tipo em Cuba desde 1980. Naquele ano, Fidel facilitou aos cubanos a procura por exílio -cerca de 125 mil pessoas saíram de Mariel em balsas e aportaram nos EUA.
Em abril de 1980, seis pessoas forçaram a entrada da embaixada peruana. Dez anos depois, 50 pessoas entraram nas embaixadas de Espanha, Tchecoslováquia, Bélgica, Itália e Suíça. Em 1993, 11 pessoas entraram na embaixada mexicana. Cerca de 150 invadiram, no ano seguinte, missões de Bélgica, Alemanha e Chile.
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