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19/04/2007 - 00h00

Após ataques que deixaram 200 mortos, nova ação mata dez em Bagdá

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da Folha Online

Uma nova explosão de carro-bomba matou ao menos dez pessoas nesta quinta-feira, um dia depois que ataques em série mataram 200 pessoas no Iraque, no segundo dia mais sangrento desde a invasão da coalizão liderada pelos Estados Unidos, em 2003.

O recorde é de 23 de novembro de 2006, quando a explosão coordenada de vários carros-bomba matou 202 pessoas no bairro de Sadr City, na capital --ao menos 256 foram mortas em todo o país, segundo a contagem da agência de notícias Associated Press.

No pior ataque de ontem, ao menos 140 pessoas morreram no mercado de Sadriyah, em Bagdá. Em 3 de fevereiro, o mesmo mercado havia sofrido outro ataque, no qual ao menos 127 pessoas morreram. No final da noite, o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, ordenou a prisão de um coronel do Exército iraquiano responsável pela segurança na região.

Ceerwan Aziz/Reuters
Iraquiana passa por local de explosão em Bagdá; novo ataque mata dez pessoas
Iraquiana passa por local de explosão em Bagdá; novo ataque mata dez pessoas

Segundo a polícia, um suicida atirou o carro-bomba contra um tanque de combustível na região de Jadriya, matando dez e ferindo outras 21 pessoas. Uma coluna de fumaça cobriu a área, enquanto chamas consumiam o carro-bomba e o tanque, segundo imagens de TV.

Em outro ataque nesta quarta-feira, um carro-bomba conduzido por um suicida matou 30 pessoas nas proximidades de um posto de checagem em Sadr City, bairro predominantemente xiita na periferia de Bagdá que abriga a base do clérigo Moqtada al Sadr. Ele prega a saída dos americanos do Iraque.

Um terceiro carro-bomba matou outros dez em Bagdá. Outros 11 civis morreram e 13 ficaram feridos após a explosão de um carro-bomba perto de um hospital e um mercado em Karradah, no centro de Bagdá. Em outro atentado, quatro policiais morreram e seis civis ficaram feridos quando um carro-bomba atingiu um posto da polícia ao sul de Bagdá.

"A rua se transformou em uma piscina de sangue", afirmou Ahmed Hameed, dono de uma loja na região de Sadriyah. Uma coluna de fumaça negra cobriu a área. Bombeiros tentavam controlar as chamas enquanto equipes de resgate retiravam corpos de veículos atingidos.

"Eu vi dezenas de corpos. Algumas pessoas foram queimadas vivas dentro de microônibus. Ninguém conseguia retirá-las após a explosão", afirmou uma testemunhas em Sadriyah.

"Havia pedaços de corpos espalhados por todo o local. Mulheres gritavam", acrescentou.

Segurança

Os atentados ocorreram horas depois que o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, afirmou que tropas iraquianas assumirias o controle da segurança do país até o final deste ano.

Maliki sofre intensa pressão para que as tropas americanas deixem o país, mas a explosão de ao menos cinco bombas nesta quarta-feira apontam os graves problemas na segurança.

Os ataques podem acirrar a tensão sectária em Bagdá, principalmente entre os membros do Exército de Mahdi. Seis ministros ligados a Al Sadr deixaram o governo iraquiano na segunda-feira (16) para pressionar pela retirada dos 146 mil soldados dos EUA no Iraque.

Bagdá vem sendo cenário de violência sectária desde o atentado contra uma mesquita xiita em Samarra em 22 de fevereiro.

Tropas

Em discurso para marcar a entrega do controle da segurança da Província de Maysan (sul) ao Iraque, assessor para a Segurança Nacional, Mowaffaq al Rubaie, afirmou que três Províncias do Curdistão serão as próximas a serem entregues, seguidas de Kerbala e Wasit.

"Depois, Província por Província será entregue até o final deste ano", disse Al Rubaie.

Maysan é a quarta das 18 Províncias iraquianas a serem entregues ao controle das forças iraquianas, depois de Muthanna, Najaf e Dhi Qar, todas regiões xiitas do sul do Iraque.

No entanto, Maliki afirmou que forças iraquianas somente assumirão o controle total quando estiverem preparadas. "Alguns exigem um cronograma para o fim da presença estrangeira no Iraque", disse Maliki em discurso em Amara, capital de Maysan, 365 ao sul de Bagdá.

"Eu digo a eles que essa é a exigência de todos os iraquianos, e que estamos trabalhando para criar as circunstâncias para a retirada", acrescentou o premiê.

Com agências internacionais

 

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