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Ataques em série matam ao menos 180 pessoas em Bagdá
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da Folha Online
Ao menos 185 pessoas morreram em vários ataques a bomba supostamente perpetrados por sunitas em alvos xiitas em Bagdá nesta quarta-feira, informaram autoridades locais. Em todo o Iraque, o número de mortos ultrapassa 200, tornando este o segundo dia mais sangrento desde o início do conflito com a invasão da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos em 2003.
Kareem Raheem/Reuters |
Iraquianos cercam carros destruídos em Bagdá; três ataques matam ao menos 115 |
O recorde é de 23 de novembro de 2006, quando a explosão coordenada de vários carros-bomba matou 202 pessoas no bairro de Sadr City, na capital --ao menos 256 foram mortas em todo o país, segundo a contagem da agência de notícias Associated Press.
No pior ataque de hoje, ao menos 130 pessoas morreram no mercado de Sadriyah, em Bagdá. Em 3 de fevereiro, o mesmo mercado havia sofrido outro ataque, no qual ao menos 127 pessoas morreram. No final da noite, o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, ordenou a prisão de um coronel do Exército iraquiano responsável pela segurança na região.
O porta-voz do Exército americano local, major general William Caldwell, afirmou suspeitar que o braço da rede terrorista Al Qaeda no Iraque está envolvido no ataque a Sadriyah.
Os ataques aparentemente também foram uma tentativa da Al Qaeda e de insurgentes sunitas de forças milicianos xiitas de volta às ruas, depois que o clérigo radical xiita Moqtada Al Sadr ordenou aos guerrilheiros do grupo Exército de Mahdi que baixassem as armas.
Outros ataques
Em outro ataque, um carro-bomba conduzido por um suicida causou ao menos 30 mortes nas proximidades de um posto de checagem em Sadr City, bairro predominantemente xiita na periferia de Bagdá que abriga a base do clérigo Moqtada al Sadr. Ele prega a saída dos americanos do Iraque. Um terceiro carro-bomba matou outros dez em Bagdá.
Outros 11 civis morreram e 13 ficaram feridos após a explosão de um carro-bomba perto de um hospital e um mercado em Karradah, no centro de Bagdá.
Em outro atentado, quatro policiais morreram e seis civis ficaram feridos quando um carro-bomba atingiu um posto de controle da polícia iraquiana ao sul de Bagdá.
"A rua se transformou em uma piscina de sangue", afirmou Ahmed Hameed, dono de uma loja na região de Sadriyah. Uma coluna de fumaça negra cobriu a área. Bombeiros tentavam controlar as chamas enquanto equipes de resgate retiravam corpos de veículos atingidos.
"Eu vi dezenas de corpos. Algumas pessoas foram queimadas vivas dentro de microônibus. Ninguém conseguia retirá-las após a explosão", afirmou uma testemunhas em Sadriyah.
"Havia pedaços de corpos espalhados por todo o local. Mulheres gritavam", acrescentou.
Segurança
Os atentados ocorreram horas depois que o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, afirmou que tropas iraquianas assumirias o controle da segurança do país até o final deste ano.
Maliki sofre intensa pressão para que as tropas americanas deixem o país, mas a explosão de ao menos cinco bombas nesta quarta-feira apontam os graves problemas na segurança.
Os ataques podem acirrar a tensão sectária em Bagdá, principalmente entre os membros do Exército de Mahdi. Seis ministros ligados a Al Sadr deixaram o governo iraquiano na segunda-feira (16) para pressionar pela retirada dos 146 mil soldados dos EUA no Iraque.
Bagdá vem sendo cenário de violência sectária desde o atentado contra uma mesquita xiita em Samarra em 22 de fevereiro.
Tropas
Em discurso para marcar a entrega do controle da segurança da Província de Maysan (sul) ao Iraque, assessor para a Segurança Nacional, Mowaffaq al Rubaie, afirmou que três Províncias do Curdistão serão as próximas a serem entregues, seguidas de Kerbala e Wasit.
""Depois, Província por Província será entregue até o final deste ano", disse Al Rubaie.
Maysan é a quarta das 18 Províncias iraquianas a serem entregues ao controle das forças iraquianas, depois de Muthanna, Najaf e Dhi Qar, todas regiões xiitas do sul do Iraque.
No entanto, Maliki afirmou que forças iraquianas somente assumirão o controle total quando estiverem preparadas. "Alguns exigem um cronograma para o fim da presença estrangeira no Iraque", disse Maliki em discurso em Amara, capital de Maysan, 365 ao sul de Bagdá.
"Eu digo a eles que essa é a exigência de todos os iraquianos, e que estamos trabalhando para criar as circunstâncias para a retirada", acrescentou o premiê.
Com agências internacionais
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