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Série de ataques mata mais de 160 em Bagdá
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da Folha Online
Uma série de ataques atingiu Bagdá nesta quarta-feira, matando ao menos 163 pessoas. No pior atentado, uma bomba deixada dentro de um ônibus explodiu em Sadriya, um dos principais bairros xiitas da capital, matando 118 pessoas e ferindo mais de cem.
A ação foi a que deixou mais vítimas desde 3 de fevereiro, quando a explosão de um caminhão-bomba matou 135 pessoas e feriu 305 na mesma região.
Em outro ataque, um carro-bomba conduzido por um suicida causou 30 mortes nas proximidades de um posto de checagem em Sadr City, bairro predominantemente xiita na periferia de Bagdá que abriga a base do clérigo Moqtada al Sadr. Ele prega a saída dos americanos do Iraque. Um terceiro carro-bomba matou outros dez em Bagdá.
Kareem Raheem/Reuters |
Iraquianos cercam carros destruídos em Bagdá; três ataques matam ao menos 115 |
Outros 11 civis morreram e 13 ficaram feridos após a explosão de um carro-bomba perto de um hospital e um mercado em Karradah, no centro de Bagdá.
Em outro atentado, quatro policiais morreram e seis civis ficaram feridos quando um carro-bomba atingiu um posto de controle da polícia iraquiana ao sul de Bagdá.
"A rua se transformou em uma piscina de sangue", afirmou Ahmed Hameed, dono de uma loja na região de Sadriya. Uma coluna de fumaça negra cobriu a área. Bombeiros tentavam controlar as chamas enquanto equipes de resgate retiravam corpos de veículos atingidos.
"Eu vi dezenas de corpos. Algumas pessoas foram queimadas vivas dentro de microônibus. Ninguém conseguia retirá-las após a explosão", afirmou uma testemunhas em Sadriya.
"Havia pedaços de corpos espalhados por todo o local. Mulheres gritavam", acrescentou.
Segurança
Os atentados ocorreram horas depois que o premiê iraquiano, Nouri al Maliki, afirmou que tropas iraquianas assumirias o controle da segurança do país até o final deste ano.
Maliki sofre intensa pressão para que as tropas americanas deixem o país, mas a explosão de ao menos cinco bombas nesta quarta-feira apontam os graves problemas na segurança.
Os ataques podem acirrar a tensão sectária em Bagdá, principalmente entre os membros do Exército de Mehdi. Seis ministros ligados a Al Sadr deixaram o governo iraquiano na segunda-feira (16) para pressionar pela retirada dos 146 mil soldados dos EUA no Iraque.
Bagdá vem sendo cenário de violência sectária desde o atentado contra uma mesquita xiita em Samarra em 22 de fevereiro.
Tropas
Em discurso para marcar a entrega do controle da segurança da Província de Maysan (sul) ao Iraque, assessor para a Segurança Nacional, Mowaffaq al Rubaie, afirmou que três Províncias do Curdistão serão as próximas a serem entregues, seguidas de Kerbala e Wasit.
"Depois, Província por Província será entregue até o final deste ano", disse Al Rubaie.
Maysan é a quarta das 18 Províncias iraquianas a serem entregues ao controle das forças iraquianas, depois de Muthanna, Najaf e Dhi Qar, todas regiões xiitas do sul do Iraque.
No entanto, Maliki afirmou que forças iraquianas somente assumirão o controle total quando estiverem preparadas. "Alguns exigem um cronograma para o fim da presença estrangeira no Iraque", disse Maliki em discurso em Amara, capital de Maysan, 365 ao sul de Bagdá.
"Eu digo a eles que essa é a exigência de todos os iraquianos, e que estamos trabalhando para criar as circunstâncias para a retirada", acrescentou o premiê.
Com agências internacionais
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