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19/03/2002 - 19h26

Assessor de ministro italiano é morto em suposto ato terrorista

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da France Presse, em Roma

O economista Marco Biagi, 51, consultor do ministro italiano do Trabalho, Roberto Maroni, e professor de direito, foi morto a tiros hoje em frente à sua casa, localizada no centro histórico de Bolônia (norte do país), no que parece ter sido um crime político por parte de terroristas, disse a polícia.

O premiê Silvio Berlusconi classificou o assassinato de terrorismo, mas até o momento nenhum grupo assumiu a autoria.

Biagi estava chegando de bicicleta do trabalho quando foi atingido por disparos feitos por dois homens em uma motocicleta, afirmou um funcionário do Ministério do Interior.

Funcionários do governo responsáveis pelo combate ao terrorismo foram ao local imediatamente após o assassinato, ocorrido às 20h30 (16h30 em Brasília). O procurador-geral de Bolonha sugeriu que a morte de Biagi possa estar ligada a projeto do governo que facilita a demissão de empregados, que ele ajudou a elaborar.

Berlusconi, disse que o crime "enche de dor todos os italianos".

"O terrorismo demonstrou mais uma vez representar um perigo que precisa ser combatido com todas as nossas forças", afirmou Berlusconi em um comunicado à imprensa.

O presidente Carlo Azeglio Ciampi expressou seu "horror". O ministro do Interior, Claudio Scajola, decidiu encerrar uma visita aos EUA e voltar para a Itália.

Biagi, que era casado e tinha dois filhos, foi um dos autores de uma lei que, segundo diversos partidos de esquerda, dá liberdade demais aos empregadores para demitir funcionários.

A reforma proposta pelo governo fez com que os maiores sindicatos italianos convocassem uma greve geral para abril.

Biagi também escreveu um editorial sobre as reformas publicado ontem na primeira página do jornal de negócios "Il Sole 24 Ore". No artigo, ele defendia que as propostas do governo são necessárias para que a Itália alcance as economias mais fortes da Europa.

Passado sangrento

Ataques realizados na Itália nos anos 70 e 80 por terroristas de esquerda e direita deixaram centenas de mortos. Em 1999, o assessor do Ministério do Trabalho Massimo D'Antona foi morto em um ataque supostamente realizado pela organização de esquerda Brigadas Vermelhas. O grupo fez vários ataques nos anos 70 _incluindo o assassinato, em 1978, do então premiê Aldo Moro.

No mês passado, uma bomba escondida em uma motocicleta abandonada explodiu ao lado da sede do Ministério do Trabalho, no centro de Roma. Ninguém ficou ferido e nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque.

Segundo o jornal "La Repubblica", o serviço secreto italiano enviou na semana passada ao Parlamento um relatório no qual advertia para o perigo de ataques contra personalidades "empenhadas em reformas socioeconômicas e do mercado de trabalho".
 

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